24 fevereiro 2006

Sócrates. Começa a ser tempo

É claro que começa a ser tempo para que se esclareça se tudo aquilo que está a acontecer no âmbito do Ministério dos Negócios Estrangeiros (procedimentos, actos e omissões) corresponde à vontade política do Governo ou não. Se corresponde, ponto final mas não parágrafo nas Necessidades – o debate sobe para outro patamar e compromete mais do que Freitas do Amaral. Se não corresponde, começa a ser tempo para uma opção inadiável em Junho. E já será tarde em função de compromissos portugueses na agenda internacional.

De qualquer forma será bom, lembrar que a política externa e as extensões da administração do Estado no exterior, não são quintais de ninguém e mal andaremos se forem reguladas pelo princípio do «eu penso, sou infalível, acatem».

O despacho normativo de 30 de Janeiro de Freitas, é preocupante. Preocupante. A consagração do autoritarismo numa casa onde há mais chefes que índios é tão mau como um regime de convenção apenas com índios. Estamos a ler esse despacho normativo na perspectiva dos chefes e a reler na perspectiva dos índios. Para já, torna-se claro que esse despacho foi exclusivamente feito para Luanda, capital para onde mais convergem os interesses difusos do momento. O despacho é mais uma acha para a fogueira numa carreira debilitada, sem meios, sem recursos.


Portugueses, se soubésseis quão difícil é governar, obedeceríeis toda a vida.

Não foi Salazar que mandou pendurar quadros por todo o lado com esta directiva?

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