06 julho 2008

ParabénsE aqueles há 116, 84 e 82 anos...


Errámos: onde se lê "pensamento nacional", leia-se "intriga e lapidação nacional".

- Manuel CV Paleólogo©

      • António Sabido Costa, conselheiro de embaixada, em Washington

    OLHA QUEM FOI MINISTRO Neste dia 6, três: em 1892 (interino, para não variar); em 1924, e em 1926 (por três dias, a dar nota desses tempos)

    1. Há 116 anos Francisco Joaquim Ferreira do Amaral, interino até Novembro - quem se lhe seguiu fica para depois, não anatemizemos persistentemente a época, como diria o embaixador Fernando Castro Brandão, até por mete um bispo nas Necessidades. Almirante e administrador colonial, Francisco Joaquim Ferreira do Amaral entraria a fundo metido na política na última fase da monarquia constitucional, nas funções de chefe do governo entre Fevereiro e Dezembro de 1908, num executivo suprapartidário, que ficou conhecido por governo da acalmação, nomeado pelo rei D. Manuel II, na sequência do regicídio. Após a experiência da acalmação, frequentou os círculos republicanos, aderindo depois de 1910 ao partido democrático de Afonso Costa.

    2. Há 84 anos Vitorino Henriques Godinho conduziu a pasta dos Estrangeiros por pouco mais de quatro meses, no governo de Alfredo Rodrigues Gaspar (o 20.º pós-sidonista). Para caracterizar o ambiente, enquanto rebentavam bombas aqui e ali por estes dias, em Braga, terminava de hoje para amanhã, um Congresso Eucarístico Nacional e com uma conferência de António Oliveira intitulada “A paz de Cristo na classe operária pela sacratíssima Eucaristia”… Mas voltemos a Vitorino Henriques Godinho - oficial republicano (coronel em 1927), deputado e combatente em La Lys, este efémero MNE vai conhecer o pior na Ditadura e no Estado Novo, por motivos políticos. Por exemplo, em Fevereiro de 1938 é admitido às provas especiais para a admissão ao generalato, que faz com êxito, ficando classificado como Muito Apto, mas a promoção a brigadeiro, nunca se fez, porque o governo de Salazar, nunca a permitiu.

    3. Há 82 anos Os três dias de Martinho Nobre de Melo, intelectual, jornalista e político de origem cabo-verdiana, professor da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e um dos teóricos do corporativismo. Quanto aos três dias desse Julho de 1926, enquadre-se: a 17 de Junho de 1926, Mendes Cabeçadas fora forçado a renunciar às funções de Presidente da República e de Presidente do Ministérios a favor do general Gomes da Costa, num golpe palaciano que fez afastar o regime da herança parlamentar. Nesse mesmo dia de 17 de Junho, Gomes da Costa toma posse como Chefe de Estado e como Presidente do Ministério, assumindo interinamente todas as pastas, mas três dias depois (dia 19) forma-se novo governo já com ministros (nos Negócios Estrangeiros, António Óscar de Fragoso Carmona). A 6 de Julho, neste, dá-se remodelação do gabinete, com Martinho Nobre de Melo nos Negócios Estrangeiros, mas a remodelação falha, seguem-se nomeações e demissões, e, horas depois, na nova recomposição, Martinho Nobre de Melo volta a ficar nos Estrangeiros (onde Carmona voltara a figurar). Só que a 8 de Julho, o general Gomes da Costa é feito prisioneiro no Palácio de Belém e depois transferido para Caxias e Cascais, onde aguarda, sob prisão, a deportação para Angra do Heroísmo. A 9 de Julho é a vez de António Óscar Fragoso Carmona formar governo, e de Martinho Nobre de Melo a dizer adeus às Necessidades. Três dias aí, mas haveria de ser embaixador no Brasil.

1 comentário:

melough disse...

Fico satisfeito ao ler artigos sobre
o meu tio-avô