28 setembro 2010

Barómetro...

Continua inacessível. Oxalá não haja coisa. Aguardemos.

Despesa do MNE... Há cortes a fazer?

O ministro das Finanças, há dias, desafiou a que se diga onde é que se podia cortar mais na despesa. Talvez haja que notadores que queiram dar uma pequena ajuda, com propostas para o corte na despesa do MNE... Têm todo o espaço.

DISPENSAs & PRIVILÉGIOs E com êxito!

A jubilação é quando o diplomata pode dizer os maiores disparates nos jornais, rádios e televisões sem ficar preocupado.
- Manuel CDLXXXIV Paleólogo©


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27 setembro 2010

Barómetro. Anomalias...

Pois chamam-nos a atenção para o facto do Barómetro ter ido abaixo. E é verdade - nem conseguimos entrar no servidor para o contactar.

Tenhamos paciência.

Só agora e não se sabe bem

Vossa Senhoria diz, e com razão: depois de anos de silêncio sobre o projeto do Freitas, ei-lo que renasce das cinzas.

Na verdade, o MNE tem lá fora conselheiros inamovíveis que podem entrar no Guinness World Records - já perderam o conto dos embaixadores que viram passar...

Trata-se do Decreto-Lei que aprova o regime do pessoal especializado do Ministério dos Negócios Estrangeiros, criando um novo regime a que se sujeita o pessoal colocado nas missões diplomáticas e postos consulares, que num único diploma vê definidos os seus direitos e deveres, a forma de recrutamento e de provimento bem como os requisitos exigíveis para o exercício das funções na área respectiva. Segundo o comunicado oficial (23 setembro) o pessoal abrangido passa a estar sujeito às regras sobre a avaliação de desempenho, assim se continuando o caminho da introdução de mecanismos da avaliação do mérito no desempenho do pessoal ao serviço do Estado.

Falta, no entanto, conhecer as entrelinhas.

DISPENSAs & PRIVILÉGIOs Batuque

Diplomacia selvagem é aquela que só conhece um instrumento – o da percussão.
- Manuel CDLXXXIII Paleólogo©


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26 setembro 2010

É caso disso

Não será caso do ministro Luís Amado, com carácter de urgência e formulados que estão os problemas pelos telegramas endereçados de que disporá, pedir aos serviços um relatório circunstanciado sobre as embaixadas e consulados que não têm as condições mínimas de funcionamento? E com base nisso, tomar medidas urgentes, ouvindo os representantes dos diplomatas e dos funcionários dos serviços externos? E explicar sem circunferências tais medidas, na parte publicamente útil e não lesiva dos interesses do estado?

Já devia ter acontecido.

Concurso de ingresso

O último concurso para ingresso na carreira (e não no corpo...) foi aberto para 30 vagas. Mas parece que entraram 31. Como? Ninguém explica como é que isso foi explicado ao Ministério das Finanças para que este explique ao Tribunal de Contas. Caso aquilo que parece, seja.

Nomeações

As nomeações mais recentes têm muita piada.

Conselho de Segurança

Há gente que se move por entre os membros da ONU como se estivessem a mover-se na Sociedade das Nações...

A entrevista

Sim. Agora sim. Como gostaríamos de entrevistar Carrilho, agora. E Amado, pouco antes, ou pouco depois. Uma entrevista que não fosse para o entrevistado fazer curriculo, ou para adorno barroco do salão social. Pois o que está em causa é a reforma da máquina diplomática. Uma entrevista de ideias e não para meter discurso redondo no funil dos enchidos.

DISPENSAs & PRIVILÉGIOs Uma das sete maravilhas

Uma embaixada portuguesa pode funcionar perfeita e intensamente sem pessoal, sem instalações, sem quaisquer meios e até sem embaixador, entre o amanhecer e o anoitecer nos antípodas, e entre o princípio da noite e o começo do dia pelo fuso horário dos serviços centrais.
- Manuel CDLXXXII Paleólogo©

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25 setembro 2010

Agapito } A culpa é do SEAE!

Agapito } Quem diria! Até num sábado!
    - Meu caro! Ouça! Escute bem! Eu não disse muito discretamente nos Claustros, tão discretamente que nem você me ouviu, que a forma como a Alta Representante eliminou Luísa Bastos de Almeida do SEAE para Brasília, iria sair caro? Ouça! Agora digo-lhe alto e bom som! Olhos nos olhos! A culpa é do SEAE! Totalmente do SEAE! Ouviu?

Não é mau, é péssimo

Sim. Abrir "embaixadas" com cartas de gabinete, e deixar as embaixadas que estão já abertas em países estratégicos sem que o gabinete responda às cartas, não é coisa que se aconselhe.

Corpo e carreira

Naturalmente que "corpo diplomático" e "carreira diplomática" não é o mesmo. O decano do corpo é o núncio; o da carreira está em disputa...

O 533

E o ministro tomou conhecimento do telegrama 533 e "tantos outros"? Sim, tantos outros.

Quatro dias

O telegrama desesperado da chefe de missão em Ancara tem data de 21. Será que o ministro, tal como Carrilho, só tomou conhecimento disso pelo Expresso e pelo DN, a 25? Em quatro dias faz-se muita coisa. Quando se quer.

Encerramento temporário...

Mas como aquilo está em Ancara, não é o mesmo que estar encerrado temporáriamente? Se calhar, pior...

Embaixada na Turquia... sabia-se

Claro que se sabia e já aqui por diversas vezes se alertou para como a "máquina " do MNE funciona, mas não tem servido de nada. E a Turquia é pouco. Há mais. Culpa do ministro ou do gabinete do ministro? Ou culpa de quem pinta a manta, enfim, desses jovens turcos da máquina, seja qual for o ministro? É coisa que vem de longe, e cada ministro que se instala não há meio de aprender com o que aconteceu com o ministro que se desinstalou. E a Turquia é pouco. Há mais...

O tema é esse. Impõe-se

Pergunta VEXA se não haveria outro tema para o Barómetro/NV... Naturalmente que sim, que mais temas há. Mas este, o da UNESCO, impõe-se. Não é apenas uma questão política, e muito menos uma querela. É uma questão ética, uma questão de moral política, uma questão de higiene mental, uma questão de palavra. E é bom que se esclareça para o exemplo não por aí abaixo...

BARÓMETRO/NV  Quem mente?

BARÓMETRO/NV  Até 4 de Outubro
    Carrilho? Amado? É que não há meio termo. A 5 de outubro, novo barómetro, até pela data que muito tem a ver com as Necessidades.

Quanto a Paleólogo...

Naturalmente que a contagem do Paleólogo vai em CDLXXXVI (486), mas quando chegar a MXCIX saltará para MCI, pois o MC não evitou sê-lo.

A propósito, coisa prática, para a conversão de números romanos esta excelente ferramenta que dá jeito a diplomatas em certas ocasiões.

NV...

Pelas previsões, apenas na quarta-feira NV retomarão o ritmo... Até lá, casualmente. As nossas desculpas.

Numeração romana

Sim, Manuel MC (1100) Paleólego© apreciou a aplicação deste motto, e apreciou tanto que até comentou...

Fado corrido

Diz hoje o Expresso (pág. 14, sob o título "Uma substituição há muito anunciuada") que "o futuro embaixador de Portugal na UNESCO, Luís Filipe Castro Mendes, manteve, desde janeiro, reuniões de trabalho com a Câmara de Lisboa sobre o dossiê da Candidatura do Fado a Patrimóniuo da Humanidade", segundo "fonte ligada ao processo". E lá mais para a frente regista-se que "o presidente da câmara, António Costa, "reconheceu na quinta-feira, aos jornalistas, que Castro Mendes tem 'trabalhado' com a autarquia 'desde há vários meses'...

Duas conclusões:
  1. A fonte ligada ao processo é a fonte de António Costa...
  2. O futuro representante na UNESCO tem trabalhado tanto com a câmara de Lisboa sobre a candidatura do fado, como com Notas Verbais...

23 setembro 2010

DISPENSAs & PRIVILÉGIOs O diabo tece-as

Além de ir para o inferno, o diplomata mentiroso só tem medo de mais uma coisa: não ter lá tomada para ligar o ar condicionado.
- Manuel CDLXXXII Paleólogo©


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22 setembro 2010

Breve esclarecimento

Por uns dias, NV e ilhas adjacentes têm estado sem a atividade habitual. O nosso pedido de desculpas, mas tem que ser.

Gastar é fácil (corrigido)

Corrigido

Referiu a Lusa, há dois dias que, nos primeiros oito meses deste ano, "Os ministérios com maior crescimento da despesa face a 2009 foram os da Agricultura (31,1 por cento), dos Negócios Estrangeiros (17,4 por cento), do Trabalho (10,4 por cento) e o da Ciência e Ensino Superior (10,1 por cento)"...

O que a cimeira da NATO nos está a custar (viagens, etc..). Vamos ver a paga.

Agapito }

Agapito } Só ele:
    - Meu caro! Ouça! Está a ouvir-me? Amado e Carrilho nos Prós e Contras! Já!!!

O célebre voto

E quem pode garantir que o substituto de Carrilho na célebre votação para a UNESCO, votou mesmo no egípcio que era um desastre? Quem pode garantir? Pois há quem garanta que o egípcio ficou sem o voto mesmo havendo substituto.

Posto estragado

Não se inveja quem vai ocupar o cargo na UNESCO, depois do que aconteceu. O posto ficou estragado por este incêndio de comportamentos.

Essa desculpa não serve

A publicação oficial da nomeação de Carrilho como representante junto da UNESCO, data de 28 de janeiro de 2009, como se pode verificar ... Após um ano e meio de funções, desculpe lá Luís Amado mas não é uma "rotação normal" substituir o homem, independentemente dos motivos e de quem mente.

Falta de transparência

Mais grave. Até que as nomeações de embaixadores e representantes sigam para Belém, são meses, por vezes meses e meses, em que se assiste ao jogo do avança-recua, é-não-é, já-foi-mas-deixou-de-ser... Nada fica escrito, nada é publicado, e até que na folha oficial tudo fique em letra de forma, cada um fica com a sua versão sobre o que foi combinado, porque de combinação se trata e algumas vezes apenas combinata. O MNE, nisto, nunca foi transparente e cada ministro que passa tem saboreado essa conveniência de poder desmentir a todo o momento o que combinou por alto. É por isso mesmo, que nas Necessidades não se vê conveniência num Boletim Diplomático que, entre tudo o mais que fica nas águas turvas, registe as designações sobretudo as de alto nível. Aquilo parece um morgadio de morgado com alguns foreiros e outros caseiros.

Um dos dois mente...

Desde ontem, em vez da pergunta - alguém mente? -, faz-se a afirmação - um dos dois mente.

Mente. Não há outro verbo. Mas há algo mais grave do que um dos dois estar a mentir.

21 setembro 2010

Quem não pactua, leva? + acrescento

    Vêm agora dizer que, afinal, a retirada tinha sido combinada em Abril entre Amado e Carrilho. Então porque é que não se disse isso? Gere-se isso como se gere um segredo no quintal?
Naturalmente que a candidatura de Portugal ao Conselho de Segurança é um fim, um bom fim, mas que não justifica recurso a todos os meios, sobretudo os meios ignóbeis, os meios sem escrúpulos com punição política de quem não pactua. Não estamos na Coreia do Norte.

Amado, não se faz (+ acrescento)

    Vêm agora dizer que, afinal, a retirada tinha sido combinada em Abril entre Amado e Carrilho. Então porque é que não se disse isso? Gere-se isso como se gere um segredo no quintal?
O governo ou o MNE que é o que conta nisso, tem toda a legitimidade para substituir representantes em organizações internacionais sem que tenha que dar cavaco a Belém, para nomear quem entenda (reformados da política, figuras incómodas, gente que precisa de sinecura, de resguardo ou de resguardo por exceção, etc...), fazer isso é coisa da sua competência, quer se trate de um diplomata, de um civil, de um militar ou de um padre. Apenas os embaixadores colocados na missões bilaterais são nomeados pelo presidente da República sob proposta o governo. Todo MNE de alto a baixo sabe perfeitamente que os representantes na UNESCO, por exemplo, se vão é porque ao governo interessa, se continuam é porque continuam a interessar, mas se são retirados é porque o governo, melhor, o MNE quer, seja com pretexto razoável ou invocável (rotação, por exemplo) ou não.

Amado podia afastar Carrilho, mas como o fez, não devia. Pois como é possível aceitar que um representante fique a saber que deixa de representar, pela agência Lusa?

Amado fica com esta nódoa ao peito. Não é nódoa no casaco escuro, mas nódoa na parte sempre visível da camisa, o que é bem pior.

Nem dois, três dias...

Bem queríamos dois, três dias fora de NV. Mas esta de Carrilho, força a reentrar...

Sobre Carrilho (+ acrescento)

Sobre a retirada do representante de Portugal na UNESCO - não se retirou, foi retirado -, aqui se escreveu sobre isso a 24 de março, e estamos em crer que, além de outros, nem o próprio Carrilho acreditou. Mas quem conhece Amado, e quem sabe o que é a justiça de Porto de Mós, sabe que coisas dessas se servem a frio.
    Vêm agora dizer que, afinal, a retirada tinha sido combinada em Abril entre Amado e Carrilho. Então porque é que não se disse isso? Gere-se isso como se gere um segredo no quintal?

18 setembro 2010

DISPENSAs & PRIVILÉGIOs Experimentem

Se os dedos de diplomatas que apontam outros a dedo, deixassem impressões digitais, as Necessidades teriam a cor da tinta.
- Manuel CDLXXXI Paleólogo©


Colabore no Dicionário Diplomático, aumentando ou corrigindo...

17 setembro 2010

DISPENSAs & PRIVILÉGIOs Retardador

Ex-MNE é a pessoa que descobre que é ministro algum tempo depois de sê-lo.
- Manuel CDLXXX Paleólogo©


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16 setembro 2010

Prémio Camões. Triste cena a do Rio.

O prémio Camões entregue hoje no Rio, ao poeta Ferreira Gullar. Na cerimónia, a representar Portugal, apenas o conselheiro cultural em Brasília, Adriano Jordão, em representação do embaixador que, se estivesse, certamente representaria o MNE ou a ministra da Cultura, que não deixariam estes ou um destes, de representar o governo admissivelmente representativo do presidente da República representante de todos nós, míseros leitores, tristes amantes da língua e de suas ficções e poemas. A entrega do prémio chegou já a ser feita ao mais alto nível, por Sampaio e Lula. Agora nem um ministro, nem o embaixador.

Querem acabar com o prémio Camões, ou querem dar à ministra Canavilhas a oportunidade de afirmar que o estado cultural está em colapso eminente, já que a falar do social não é boa regente?

A cena do Rio é triste. Muito triste.

SEAE. Para começar

1 - Há por aí umas misturas e confusões. Com o tratado em vigor, o pessoal do SEAE (delegados, à cabeça) é nomeado por Catherine Ashton de três proveniências:
  • do secretariado-geral do Conselho
  • da Comissão
  • dos serviços diplomáticos dos estados-membros
2 - É a primeira vez que o recrumento é alargado ao pessoa do do secretariado-geral do Conselho e aos serviços diplomáticos nacionais dos 27.

3 - O recrutamento é feito na base do mérito, com a finalidade expressa de assegurar ao SEAE pessoal com o mais elevado nível de competência, rendimento e integridade, e garantindo o chamado "bom equilíbrio geográfico" .

4 - Catherine Ashton decidiu sobre o movimento de 2010 que tinha que ser feito a nível de chefias de delegações: 27 novos delegados, 1 novo sub-delegado e 1 transferência, sendo incapaz de prover duas chefias (Brasília e Bagdad) e uma sub-chefia (Washington), pelo que serão reabertos os procedimentos. Ainda no movimento de 2010, faltam as nomeações de três delegados: dois em Genebra (junto das Nações Unidas e da OMC) e um na Bósnia..

5 - Concluído o movimento de 2010, Catherine Ashton começa agora a preparar o de 2011.

6 - Portanto, antes de 2010 a conversa era outra e bem diferente, era coisa que vinha ou resultava dos corredores da Comissão e de Solana. Agora a conversa é mais séria. E nesta primeira rotação de postos do SEAE, o facto é que Portugal não viu um único diplomata seu apurado. Não é à evidêwncia um bom equilíbrio geográfico e também ninguém rsponsável ousa dizer que foi questão de demérito. E esta é a questão: a cor preferida não pode ser a do arco-íris, tenham lá santa paciência os diplomatas e decisores, estes por osmose, que discordam sem ser discordantes.

Prosseguiremos.

UE. É melhor irmos por pontos

Lendo bem o que por aí tem sido dito e escrito sobre as nomeações dos delegados de Bruxelas no exterior (exterior da UE), à evidência para aliviar os sintomas do incómodo causado em Lisboa por Catherine Ashton que é o rosto do SEAE, é melhor irmos por pontos, em vez do que poderá parecer arrazoados.

Casa Pia

Metáfora do país. Está lá tudo: da política externa à política interna. O resto é recurso que sobe ao supremo que está em baixo já que qualquer arquido condenado em primeira instância sobe aos altares e até põe isso no cartão de visitas:


Fulano de tal
condenado em primeira instância


Rua do Castelo de Cartas                  Lisboa-Porto-Funchal-Ponta Delgada

Luanda...

Podem discorrer, dissertar, relativizar, etc., mas sem dúvida que pelo menos o embaixador de Portugal em Luanda vai ter funções acrescidas se não for um distraido. Em Brasília será diferente pois a ação externa da UE, lá, está para os subsídios agrícolas tal como a tartaruga está para Aquiles.

Estes diplomatas...

Millôr, tens razão. Já lá vão uns anos, no Rio, num cavaqueio com Aparecido e Gerardo, divergi dessas tuas tão difundidas, de que “diplomata é um indivíduo cuja cor predileta é o arco-íris” e que “ser diplomata é discordar sem ser discordante”...

Depois do que hoje mesmo tenho lido sobre as nomeações da baronesa para a ação externa da UE, dou-te razão: arco-íris e evita de escapulir. Tens razão.

O quê? Portugal perdeu o Brasil?

E além de perder o Brasil, quer ganhar a África? E que já garntiu "cinco embaixadas", entre as quais estão Washington, Caracas e Kiev?

Mas o que é isto?

Cônsules Honorários em Portugal

O MNE que devia publicar uma lista oficial atualizada dos cônsules horários reconhecidos pelo estado português, não o faz. No entanto, eles aí estão, de norte a sul, com placas à porta, nos sítios mais esquisiros, e alguns a representar interesses de estados estrangeiros que nunca se suporia que tivessem interesses consulares, mas pelos vistos terão. Naturalmente que as embaixadas acreditadas em Lisboa, mais atentas, com mais maeios ou até por defesa de imagem, publicam nos respetivos sites oficiais a lista dos consulados honorários de que dispõem, com nomes de titulares, endereços e contactos. Outras não, como é o caso da Embaixada do Chile, implicada em recente caso trágico de "cônsul" em Espinho que não era cônsul. E fora casos trágicos, há casos cómicos como o de um cônsul honorário de país africano atrás do qual o fisco português andou mas não conseguiu apanhar por morada desconhecida no estrangeiro e no entanto, cônsul honorário com placa à porta, matrículas de corpo consular nos automóveis e oficialmente reconhecido como cônsul. Custará assim tanto ao MNE disponibilizar online a lista oficial dos cônsules honorários que Portugal aceita? Ou há alguma coisa a esconder?

Confusão atrás de confusão

Há dois dias, o Correio da Manhã designava um suposto cônsul honorário do Chile (que não era) por diplomata - "A PJ investiga a morte de diplomata"... Naturalmente que um cônsul honorário, a esse título, não é diplomata.

Explicações do momento seguinte

Delegações externas da UE

E lá se ouviu Martins da Cruz, a propósito de Luanda, a afirmar que o haver ou não portugueses a chefiar delegações pode ser significativo mas não é determinante, e que é preferível haver um bom alemão ou um bom italiano competente do que "um português que lá está só por ser português e que no fundo afeta negativamente a imagem da União Europeia e indiretamente a imagem de Portugal"... Isto dito sobre o momento em que portugueses não foram reconduzidos ou foram excluídos, no primeiro gesto de Catherine Ashton, é desprimoroso. Fica mal, muito mal e danifica as serrilhas.

DISPENSAs & PRIVILÉGIOs De La Croix

Não é nada disso! É o contrário! Qualquer política externa tem o seu botão reset colocado no sítio mais recôndito e que apenas é acionado por quem sabe onde o colocou.
- Manuel CDLXXIX Paleólogo©

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15 setembro 2010

Para que conste...

A declaração adequada de Catherine Ashton, está adequadamente está em Notas Formais

O caso de Brasília

O preenchimento do cargo de chefe da delegação da UE em Brasília ficou adiado, segundo se fez correr por nenhum dos candidatos ter sido considerado "adequado". O procedimento vai ser reaberto o que implica mais uns três meses. E em causa nisto fica a candidata portuguesa, Luísa Bastos de Almeida, actual embaixadora na Turquia que fica com esse labéu de "não adequada", e de forma injusta, porque à evidência a questão é política, os critérios não deixam de ser políticos, como políticas não podem deixar de ser as opções para outros postos. As Necessidades não podem deixar cair uma diplomata assim se é que apostou na candidatura e se é que leu bem a declaração de Catherine Ashton, que acaba por ser desprimorosa, sobretudo para quem foi excluido para a chefia de da delegação em Brasília. Nessa declaração, afirma a barones que "escolheu os melhores para os lugares certos" o que significa ter excluido os piores para os lugares que ficaram em branco - as chefias em Brasília e em Bagdad, e a sub-chefia em Washington. Ao menos tivesse escolhido mais um espanhol para Brasília, algum belga para Bagdad e um alemão para sombra de João Vale de Almeida. Catherine Ashton perdeu uma excelente oportunidade para começar bem e ser "adequada".

Adequações

Ms quem duvida de que Catherine Ashton escolheu o melhor espanhol (Alfonso Díez) para Buenos Aires, o melhor espanhol (Javier Puyol Pinuela) para Luanda, o melhor espanhol (Joaquin Gonzalez-Ducay) para Bissau, o melhor espanhol (Raúl Fuentes Milani) para Windhoek e a melhor espanhola (Carmen Cano de Lasala) como deputy para Pequim? Não coresponde às melhores exaltações dos princípios nacionais de Espanha?

Portugal a ver navios...

Voltamos à vaca fria. Como se verifica, Portugal ficou a ver navios neste movimento de chefes de delegações externas da UE - nem um novo, apenas a tranferência de uma funcionária portuguesa de Bruxelas, e João Vale de Almeida não consta na lista de 2010.

Delegações Externas da UE. O trabalho de Catherine Ashton

Oficialmente são delegações – delegações da UE – e é assim que devemos chamar, até ver. Tem a categoria de embaixadas mas não são embaixadas e os seus chefes têm a categoria de embaixadores mas não são - são chefes de delegação.Tais delegações terão de conviver com as embaixadas dos 27 estados da UE se as tiverem e onde estiverem instaladas. Para o movimento de 2010, Catherine Ashton, que é Alta Representante e não MNE da UE e, nessa qualidade, vice-presidente da Comissão que é comissão e não governo, indicou 27 novos chefes de delegações, transferiu um e designou um novo chefe-adjunto, mas deixou dois cargos de chefes de delegações (Brasília e Bagdad) em aberto e um de sub-chefe (Washington). Além disso, no comunicado oficial, fez anotar expressamente que um dos chefes de delegação (Kabul) fora nomeado em março no âmbito do movimento de 2010, incluindo-o na lista, mas omitiu a nomeação do chefe da delegação em Washington, como se não fizesse parte do mesmo movimento. São nuances.

Nomeações novas:
  1. Alemanha - Markus EDERER para Pequim
  2. Alemanha -  Martin DIHM para Port Moresby (Papua)
  3. Áustria - Hans Dietmar SCHWEISGUT para Tóquio
  4. Bélgica - Dominique DELLICOUR para Dakar
  5. Bélgica - Philip DIMITROV para Tbilissi
  6. Bélgica - Stephane DE LOECKER para Bujumbura (Burundi)
  7. Dinamarca - Peter SØRENSEN para Skopje Macedónia
  8. Espanha - Alfonso DÍEZ TORRES para Buenos Aires
  9. Espanha - Javier PUYOL PINUELA para Luanda
  10. Espanha - Joaquin GONZALEZ-DUCAY Bissau
  11. Espanha - Raúl FUENTES MILANI para Windhoek
  12. França - Gilles HERVIO para Lusaka
  13. França - Guy LEDOUX para Manila
  14. França - Helene CAVE para N'Djamena (Chade)
  15. Holanda - Angelina EICHHORST para Beirute
  16. Holanda - Roeland VAN DE GEER para Pretória
  17. Irlanda - Paul MALIN para Maputo
  18. Irlanda - William HANNA IRL para Dhaka
  19. Irlanda - Gerard McGOVERN para Gaborone (Botswana)
  20. Itália - Ettore SEQUI ITA para Tirana
  21. Itália - Roberto RIDOLFI ITA para Kampala
  22. Lituânia - Vygaudas UŠACKAS para Kabul
  23. Luxemburgo - Lut FABERT-GOOSSENS para Port Au Prince (Haiti)
  24. Luxemburgo - Marc UNGEHEUER para Singapura
  25. Polónia - Tomasz KOZLOWSKI para Seul
  26. Polónia - WRONECKA para Amã
  27. Suécia - Lars-Gunnar WIGEMARK para Islamabad
Transferência:
  1. Portugal - Cristina MARTINS BARREIRA da Costa Rica/Panamá para Libreville
 Nova sub-chefia:
  1. Espanha - Carmen CANO DE LASALA para Pequim
 Cargos em aberto:
  1. Chefia em Brasília
  2. Chefia em Bagdad
  3. Sub-chefia em Washington

Como se não bastasse

Portugal estafa-se, gasta e imola-se para a cimeira da NATO, mas ponto importante de tudo isso é uma decisão sobre o futuro do comando da organização em Oeiras. O secretário geral da NATO, Anders Fogh Rasmussen, diz agora que ainda não foi tomada qualquer decisão remetendo-a para depois da cimeira, pois «ainda não foram tomadas decisões relativamente a questões geográficas» nem sobre contornos gerais da reforma da estrutura de comando militar da Aliança, matérias sobre as quais um grupo de trabalho está a finalizar um relatório a ser enviado ao Conselho da NATO e posteriormente discutido pelos ministros da Defesa, a 14 de outubro, em Bruxelas.

E sobre isto, nem que haja debate, isso pouco adianta, mas Rasmussen sempre pensará que os potugueses são bons na organização de cimeiras. Bons e pacientes, ou a visita do papa não tivesse sido um teste.

Pó e ética

Catherine Ashton deve ter uma ideia de que os diplomatas portugueses são bons para limpar o pó e tratar das questões éticas. Agora, alguns lugares secundários onde os comentários não podem ser partilhados. Os espanhóis sabem muito. E então em Bruxelas!

Santa ingenuidade.

Washington pouco adianta

E o que Portugal ganhou, pouco adianta. Em Washington, a retórica será mais a de representante de Durão Barroso do que dos princípios nacionais pelo que estaremos livres de exaltações. E no Gabão, sim, que retórica pode haver por lá? Tanto quanto a que houve na Costa Rica/Panamá. Se houve exaltação, não se sentiu.

Delegações da UE

Perdas de Portugal em Luanda (a toda a linha), em Bissau, em Maputo e em Brasília (mas que péssima condução!). Não são para festejar. São para desconfiar mas nada de exaltação dos princípios nacionais...

Ah, sim!!! Também Luís Amado

Segundo os relatos, o ministro Luís Amado admitiu a falta de debate sobre o chamado "semestre europeu" ou sobre a análise antecipada dos orçamentos dos 27 pela Comissão da UE e que por aí começou a ser carimbado como "aviso prévio". E depois daquele "partilho os comentários sobre a falta de debate" como se a questão não fosse a de assumir a falta de debate e não a de partilhar comentários, insurgiu-se o ministro conra a "retórica de exaltação dos princípios nacionais".

Mas, pelo que se tem verificado, a falta de debate não é um princípio nacional? E quem partilha em vez de assimir, não é próprio da retórica de exaltação desse princípio?

Ah, sim! O império Otomano!

E então, o diretor-adjunto do diário i começa o seu editorial de hoje, assim: O Império Otomano estava enorme, oco e podre quando caiu. Sem reforma, o estado social terá o mesmo destino. Até a ministra Canavilhas admitiu o seu 'colapso'...

Mas o estado social volta a compreender a Anatólia, o Médio Oriente, parte do norte de África e do sudeste europeu, partes do antigo Império Russo no Cáucaso com a Geórgia, Arménia e Azerbaijão de hoje?

Um jovem turco até tem a sua piada, mas a favor do sultão é demais.

Um bequadro no governo

Muito comentada, nas chancelarias, a regência musical da ministra Canavilhas, admitindo "o colapso iminente do estado social", no mesmo dia em que Sócrates defendia o mesmo estado social. Quem saiba de solfajo saberá que o bequadro anula qualquer sustenido ou bemol introduzido para aumentar ou diminunir meio-tom na escala natural. Naturalmente que nas chancelarias bem informadas sobre o que se passa na pauta portuguesa, se esperaria que um membro do governo a quem mais se exige que não dê fífias, admitisse sim o colapso iminente do estado de corrupção... Mas a batuta deve ser outra.

Em vez do incremento positivo, a restrição que pode ser...

... censória.

Exatamente, uma circular difundida pelos postos pode não ser isso mas equivaler a tal. Os terminais dos postos consulares vão ser restringidos no uso, sendo caso para perguntar sobre o que é que os funcionários andam a fazer com isso. Jogos, em vez de despachar serviço? Redes sociais, em vez de dar andamento? Blogues, em vez de atos consulares? Não consta que joguem, que se enredem ou que bloguem, ou que ocasionalmente nisso, haja casos de indisciplina tal que lesem o estado e os cidadãos. É claro que a rede consular não é nem deve ser para outro fim que não seja a rede consular. Mas fazer apertada restrição administrativa pode resvalar para intenção e prática censória. Que razão há para que, em hora de nada fazer e ninguém estar à espera, um funcionário a trabalhar no cu de Judas, não possa aceder a um jornal da terra online, fazer uma consulta no Google ou espreitar o site de Fátima sendo crente para orar pelo bom funcionamento dos serviços centrais? Em vez de pedagogia, estímulo e responsabilização, parece que se opta pela instrução de esquadra, confinamento de sacristia e ordem unida. Apenas o chefe poderá ler jornais online, abrir motores de pesquisa, consultar os sites de embaixadas ou consulados estrangeiros vizinhos, enfim, só os chefes são livres, livres até para jogarem e reinarem - não é que o façam, mas o espírito da ordem revela uma péssimo espírito.

Eis a parte essencial da circular que foi para todo o lado:

"Neste contexto, e com excepção dos terminais do Chefe de Posto e do seu substituto legal, os terminais esse posto/secção consular passarão a ter acesso aos sítios estritamente necessários ao desempenho das funções aplicacionais desenvolvidas para a Rede Consular. Muito se agradeceria VExa indicação DAIPC, por outra via, sítios necessários para o efeito - como http://www.secomunidades.pt/, http://www.formacaoconsular.pt/, http://www.consuladovirtual.por/, http://www.portalcidadão.pt/, http://www.sef.pt/, http://www.cartaocidadao.pt/, http://www.irn.mj.pt/, http://www.dre.pt/,- impreterivelmente até 17 corrente."

DISPENSAs & PRIVILÉGIOs Como se enganam

Falar nas costas é próprio dos diplomatas que julgam que todos os outros precisam de tradução simultânea.
- Manuel CDLXXVII Paleólogo©

14 setembro 2010

Notável!

Foi há já muitos anos, os que por dever e obrigação acompanharam o caso calaram-se, a inspeção diplomática arquivou por forte influência movida por troca de favor, os que souberam do caso esqueceram-se pois a pen drive com que se nasce não dá para tudo, os que não deviam esquecer-se encollheram os ombros porque sem ombros enciolhidos não se vai muito além neste país, quem se abotoou por adiantamentos dos cofres consulares continuou incólume, solene e com ar de santa Filomena, ninguém sabe se houve algum daqueles acordos extrajudiciais e se houve como foi ou poderia ter sido, foi mais um triste episódio da falta de transparência das Necessidades, cada falta dessas a juntar-se à seguinte e a fazer costume. Notável!

Vendo bem

Sabendo-se o que se sabia, Rabat. Acrescentando-se o que se soube, Pretória. E mesmo depois da equação de Bernoulli, UNESCO.

Chapeau!


Jornalismo de "serviço"

A entrevista "non stop" que, desde que foi condenado, Sua Inocência tem estado ininterruptamente a dar às TVs teve o mais respeitoso e obrigado dos episódios na RTP1, canal que é suposto fazer "serviço público".
Desta vez, o "serviço" foi feito a um antigo colega, facultando-lhe a exposição sem contraditório das partes que lhe convêm (acha ele) do processo Casa Pia e promovendo o grotesco julgamento na praça pública dos juízes que, após 461 sessões, a audição de 920 testemunhas e 32 vítimas e a análise de milhares de documentos e perícias, consideraram provado que ele praticou crimes abjectos, condenando-o à cadeia sem se impressionarem com a gritaria mediática de Suas Barulhências os seus advogados, o constituído e o bastonário.
Tudo embrulhado no jornalismo de regime, inculto e superficial, de Fátima C. Ferreira, agora em versão tu-cá-tu-lá ("Queres fazer-lhe [a uma das vítimas] alguma pergunta, Carlos?"). O "Prós & Contras" só não ficará na História Universal da Infâmia do jornalismo português porque é improvável que alguém, a não ser os responsáveis da RTP, possa chamar jornalismo àquilo.


Colabore no Dicionário Diplomático, aumentando ou corrigindo...

DISPENSAs & PRIVILÉGIOs Qual sabedoria! Qual prudência!

O silêncio é a língua materna das diplomacias que não têm nada para dizer.
- Manuel CDLXXVI Paleólogo©

13 setembro 2010

Sacrifício de agenda

O ministro Luís Amado recebe, nesta terça e quarta (14 e 15), partidos e parceiros sociais, segundo a nota das Necessidades “com vista à preparação do próximo Conselho Europeu” que é a 16, quinta. Naturalmente que está tudo preparado e sendo esse um conselho extraordinário dedicado à questão do papel global da União Europeia no mundo e das suas relações com os parceiros estratégicos, não é na véspera que a UGT adiantará grande coisa “com vista à preparação”, muito menos a CGTP tal como a CCP, CIP,CAP e CTP recebidos de uma assentada. É um ritual do qual nada há a esperar a não ser a reafirmação de bordões, refrães e outras citações. O mesmo se diga sobre o encontro com os partidos. Não é na antevéspera que o PS evitará o Yes acrítico, que o PSD e o CDS deixará de repetir o Yes acrílico e que BE e PCP não repetirão o No acrídio, exatamente, relativo ao gafanhoto. Outro pró-forma e que se cumpre de parte a parte como santo sacrifício de agenda. Uns têm que ser ouvidos por quem tem que escutar para se não dizer que o procedimento não foi cumprido. Nada mais ou pouco mais. No entanto o assunto é importante, até porque Herman Van Rompuy que escassos cidadãos europeus saberão quem é e o que desempenha, vai apresentar aos líderes dos 27 estados as conclusões do grupo de trabalho sobre a governabilidade económica e os mesmo líderes vão discutir o dossier da regulação financeira que é um bico de obra, a preparação da próxima cimeira G20 em Seul, a preparação da conferência das partes de Cancun (COP 16) sobre alterações climáticas e a preparação da cimeira UE/USA a 20 de novembro. Nestas circunstâncias, Portugal não pode deixar de pensar o que pensado está mesmo que julgue estar a pensar “com vista à preparação do próximo Conselho Europeu”.

DISPENSAs & PRIVILÉGIOs Do que a casa gasta

Não foi Teixeira de Pascoais que advertiu há muito que a corrupção favorece as ideias novas? Foi e não serviu de nada advertir.
- Manuel CDLXXV Paleólogo©

11 setembro 2010

Um pedido que nunca será demais

Não estranhem. No rodapé destes "telegramas" das NV e ilhas adjacentes, vai surgir amiúde o seguinte pedido:

Colabore no Dicionário Diplomático, aumentando ou corrigindo...

Os contributos ou comentários podem ser enviados para o email das NV notas.verbais@gmail.com

10 setembro 2010

Dois embaixadores que estudam

E ex-MNE's: Cruz e Monteiro. A política externa não tem reset, mas por vezes dava jeito.

Está lá. Martins da Cruz e António Monteiro, já certamente os crentes se esqueceram daquilo e doutras coisas mas não é difícil relembrar, pertencem de corpo inteiro ao grupo de estudos para a revisão do programa do PSD, grupo este liderado por Aguiar Branco. Claro que estão com toda a legitimidade e em certo sentido por direito próprio - qualquer um deles, para sê-lo, está lá sem precisar de cunhas. Além disso, até se dispensava ao PSD dizer que o embaixador António Monteiro está "a trabalhar actualmente no sector privado (Millennium BCP, BPA, Angola e Soco International)" porque assim sempre alguém se alimentará por sugestões de petróleos. Ver GENEPSD

É com o PSD.

O botão reset

Ah, sim! Aquela de Martins da Cruz, como se fosse o inventor da diplomacia económica. E aquela do botão reset que apenas reinicializa... Para que serve a política externa não ter botão reset se tem, sim, fonte de alimentação que quando se queima vai tudo à viola?

Santo Deus! No Protocolo!

Aquilo, por ali, grande corrupio. Uma roda-viva... Santo Deus! Como a Nato provoca a nata da casa!

Questão de ter boca, olhos e ouvidos

    Tornou-se já incontornável citar o saudoso Embaixador José Calvet de Magalhães, quando, a propósito da função de informar, ele reiterava que essa informação diplomática deve ser breve, altamente seletiva, corajosa e honesta, evitando tentações de agradar ao governo, quer por acção, quer por omissão. O departamento de Cifra das Necessidades está repleto de exemplos de informação a que se chamam lençóis, informação nada seletiva, sem coragem e segundo conveniências pessoais ou funcionais, adocicando factos e circunstâncias em função do governo que está ou virá, quer por comissão, quer por intromissão. No dicionariozinho a esse propósito está o que abaixo se transcreve, para consideração e retificação. Agradece-se.

Informação (função da missão diplomática)
Tem duas vertentes: a das informações que os agentes diplomáticos expedem por canais privilegiados para o estado a que pertencem, por rotina ou quando algum facto ou circunstância as torne prementes, e a das que, por forte razão ou motivo, devam ser canalizadas às autoridades ou às opiniões públicas do estado recetor dando conta de posições e esclarecimentos do estado que envia. A informação de caráter noticioso já configurou, outrora, uma das tarefas centrais ou prioritárias na vertente da ligação da missão aos serviços diplomáticos centrais. Gradualmente, com a evolução dos meios de comunicação social com as novas tecnologias a determinarem facilidade de circulação global, a preocupação noticiosa tornou-se na generalidade dos casos, inútil e dispensável – daí que na informação diplomática não há ética jornalística, mas deve haver ética diplomática, o que é diferente e leva a que, atualizando o enunciado da Convenção de Viena, tal informação diplomática deve ser obtida por meios lícitos, excluindo os meios ilegítimos, como o da espionagem, que procede à recolha clandestina de informações quase sempre por agentes de nomeação protegida pelo estatuto diplomático, ou como o do jornalismo dissimulado, através de agentes mutatis mutandis de conveniência (Ver Conselheiro de Imprensa/Adido de Imprensa). Ora a acima referida evolução não anulou de forma alguma a incumbência cometida às missões diplomáticas de recolha e tratamento de informação sobre o que ocorre nos estados onde se encontra. Pelo contrário, requalificou a função para os patamares da informação explicativa e da informação do previsível, ao mesmo tempo passou a impor novos critérios para a credibilidade e filtragem das fontes oficiais ou privilegiadas, e atenções para novos fenómenos como os da diplomacia pública e da paradiplomacia. A frente da informação, mais do que nunca, tornou-se na condição sine qua non para que uma missão diplomática tenha boca, olhos e ouvidos nas questões politicas, económicas, culturais e técnico-científicas que se interpõem no relacionamento bilateral, sejam tais questões de caráter geral ou especializado. Mal de um estado que saiba por terceiros aquilo que, de seu interesse, a própria missão que enviou, fez por desconhecer, ignorar ou secundarizar. Além disso tem sido referido que o dever da missão em transmitir informação às autoridades e esclarecimento da própria opinião pública do estado recetor sobre posições do estado que envia, não está previsto na Convenção de Viena. Todavia o exercício desse dever, sobretudo nas matérias que com relação direta e útil imponham a invocação de um direito à reposição da verdade ou de retificação, faz cruzar a função de informação diplomática ora com a da proteção de interesses do estado (se estão em causa), ora com a da promoção, nos termos que a convenção prevê. Não se trata de uma lacuna. Tal dever pode e deve ser exercido, quer pelos canais adequados relativamente às autoridades, quer perante as opiniões públicas e consoante as legislações nacionais com o uso dos instrumentos de reposição ou de retificação, quer pelos meios próprios da missão – site oficial, blogue oficial ou oficioso, etc..

À prova pública

    Como não se trata de prova para ascender a conselheiro, todos podem concorrer para a melhoria do texto sobre a função de Representação. Muito se agradece.

Representação (função da missão diplomática)
Na representação substantiva.
Conjunto das ações cometidas à missão pelo estado a que pertence, as quais desenvolve no estado recetor concretizadas pelos agentes diplomáticos organizados hierarquicamente em nome do estado que envia para garantir a defesa dos interesses deste perante o outro estado. A representação tem um pressuposto (o mandato), um requisito (agir em nome do estado) e um efeito típico (a imputação na esfera política ou mesmo jurídica do estado representado). O Chefe de Missão é, pela natureza do cargo, o representante e os restantes membros da hierarquia atuam em substituição com capacidade detalhada em cada caso. O agir em nome do estado é o cerne da representação. Por regra, esta função da missão diplomática decorre do quadro de instruções recebidas que delimitam o mandato. Agindo fora desse quadro, o representante deve ser desmentido, admoestado ou até mesmo sancionado pelo estado a que pertence, para que os atos não produzam efeitos vinculativos, designadamente políticos na relação bilateral. Excecionalmente, quando o ato do representante exija um instrumento exteriorizador de vinculação política ou jurídica (um acordo internacional, por exemplo), o Chefe da Missão deve possuir para tal um documento de plenos poderes vinculativo, outorgado pelo seu estado. A função diplomática da representação, por assim dizer, faz do Chefe de Missão ou representante, um mandatário que não pode nem deve agir sem procuração, mas também uma espécie de procurador que não pode nem deve agir sem mandato, daí que deva cingir-se a defender e a executar a política externa do seu estado. Discute-se se a função de representação diplomática é exercida em nome do estado ou em nome dos elementos constitutivos do mesmo estado, designadamente órgãos de soberania e de entre estes quais, em separado ou concomitantemente. Nos estados em que a designação do Chefe de Missão é escrutinada pelo parlamento antes da nomeação e tomada de posto, a discussão não fará sentido: expõe na sua figura o estado representado. Nos estados esse escrutínio é limitado ou inexistente (como em Portugal), a representação é aceite como sendo do estado e não de algum ou alguns dos seus elementos, mas o exposto padece mais ou menos da restrição dando lugar à governamentalização da função de representação.

Na representação formal.
Com a representação diplomática substantiva, convive a representação formal ou protocolar do estado, designadamente nos rituais sociais (investiduras de chefes de estado, sessões solenes de parlamentos ou de festas nacionais, paradas militares, apresentações do Corpo Diplomático, funerais de estado, receções oficiais, etc). Tais rituais são suscepíveis de moldarem com deformação a imagem pública da função diplomática da representação, mas por vezes moldam.

Retifiquem o que de retificar

    No nosso dicionariozinho (até agora 187 entradas online, 343 a aguardar apenas limpeza ,e mais uns mil e tal items à espera de que alguém dê ao dedo) acabou de entrar a matéria das Funções da Missão Diplomática. Se alguma há para retificar, p.f. digam. Quanto a isto e quanto a tudo o que já lá está.
Funções da Missão Diplomática
Embora caiba ao estado que a missão diplomática representa, discriminar as funções dos agentes diplomáticos que envia a outro estado, o direito internacional corporizado pela Convenção de Viena de 1961 (ver) enumera as seguintes funções normais das missões diplomáticas, fixando consenso:
  1. representar o estado acreditante perante o estado acreditador (ver Representação)
  2. proteger no estado acreditador os interesses do estado acreditante e de seus nacionais, dentro dos limites estabelecidos pelo direito internacional (ver Proteção)
  3. negociar com o governo do estado acreditador (ver Negociação)
  4. inteirar-se por todos os meios lícitos das condições existentes e da evolução dos acontecimentos no estado acreditador e informar a esse respeito o governo do estado acreditante (ver Informação)
  5. promover relações amistosas e desenvolver as relações económicas, culturais e científicas entre o estado acreditante e o estado acreditador (ver Promoção)
Além de tais funções, a convenção estabelece que nenhuma das suas disposições pode ser interpretada como impedindo o exercício de funções consulares pela missão diplomática (ver Funções Consulares).
  
Discute-se se haverá hierarquia entre tais funções, se uma, a da Representação, é fundamental, ou se esta juntamente com e entre estas algumas são a da Informação e a da Negociação são as três essenciais, reservando-se para o dueto da Promoção e da Protecção o qualificativo de complementares. Em todo o caso, a história e a prática têm demonstrado que a relevância de qualquer das funções depende em larga medida da conjuntura dos estados em causa (acreditante e recetor), sendo tal relevância variável.

Podem ainda as missões diplomáticas desempenhar funções excecionais como as da representação de interesses de estado terceiro em caso de rompimento de relações entre esse estado e o estado em cujo território a missão representante está estabelecida.

DISPENSAs & PRIVILÉGIOs Os arrumadores que digam se não é

A representação diplomática está para a representação teatral assim como o número de lugar na plateia está para o número de contribuinte.
- Manuel CDLXXIV Paleólogo©

09 setembro 2010

DISPENSAs & PRIVILÉGIOs Agora que isso é legal

Se ainda não houve casamentos entre diplomatas do mesmo género, é por causa da diferença específica.
- Manuel CDLXXIII Paleólogo©

08 setembro 2010

Pois

E o MNE, quando a Jorge Ritto?

Isso dos horários

Diz o STCDE o seguinte:

..."os colegas da Secção Consular em Bruxelas, a quem foi fixado, contra sua vontade um horário (semi-)rígido - há um dia com horário diferente -, fartos de maus tratos, querem recorrer à greve, pelo que já foi emitido e enviado aos responsáveis o aviso prévio de greve informando que os trabalhadores dos serviços externos do MNE em serviço na Secção Consular da Embaixada de Portugal em Bruxelas estarão em greve ilimitada, sob a forma de paralisação total do trabalho, a partir do próximo dia 15 de Setembro, relativamente a qualquer prestação de serviço para além das 16,30 horas"...

Portanto, como se vê, tudo bem conduzido.

Como assim?

Circulam ostensivamente por aí duas perguntas:
  1. Por que razão o Gabinete do Ministério dos Negócios Estrangeiros custou ao erário público 651.784,29 € a mais do que estava orçamentado?
  2. Por que razão a Cooperação e Relações Externas do Ministério referido no número anterior custou 20.902.823,71 € a mais do que estava orçamentado?
Quem sabe ou pode responder que responda, porque as NV já estão com Guterres: depois daquilo, números só com calculadora.

Em chinês simplificado

Meu caro:
Foi isso mesmo com Xangai. Foi também ao pé coxinho depois de terem dado dois tiros nos pés em Hong-Kong.

卡洛斯白化

07 setembro 2010

Mas que piada!

Aquelas do final de agosto, de Martins da Cruz e Vítor Sereno sobre diplomacia económica e orçamentos do MNE tiveram muita piada, muita piada mesmo. Dão para ir falando, cantando e rindo.

Pé coxinho na Namíbia, pé coxinho em Singapura...

Esta história de se abrirem "novas embaixadas" enviando conselheiros de embaixada com cartas de gabinete, pode ser verdadeiramente digno, justo e salutar, como dirá qualquer sacristão na capela das Necessidades, além disso até será legítimo e legal, mas não fica lá muito bem a uma diplomacia que não queira ser diplomacia de sacristia. No caso da Namíbia, por exemplo, era de abrir uma embaixada a sério pelo menos com um ministro plenipotenciário a sério e não em potência ou era de aguardar, depois das trapalhadas com Martins da Cruz na fechadura e trapalhadas que se seguiram com consulado ou não, escritório consular ou não, por aí fora, como os aquivos de NV registam. Não estamos esquecidos.

O mesmo se diga a propósito de Singapura: ou abria embaixada a sério ou teria sido melhor não abrir. O que é aquilo? O contribuinte português tem o direito de saber se andamos a brincar aos protocolos e a desenhos do mapa diplomático como no jogo das manecas - saltando ao pé coxinho.

DISPENSAs & PRIVILÉGIOs Se custa!

O esforço de todo o embaixador esclarecido deve ser o de se confirmar adido de embaixada.
- Manuel CDLXXII Paleólogo©

06 setembro 2010

NOTADORES @ Cortar a palavra, como?

@ Do ministro plenipotenciário Costa dos Esqueletos:


A questão de Helena Paiva (que vai mantendo a sua net-work activa), no SIED, é um pouco mais complicada. Não terá correspondido às expectativas, a coisa, a certa altura, começou a correr malzote, até que a decidiram substituir. O seu desempenho acabou por ser um pretexto para ser substituida por alguém daquele serviço. Mas, para não se prejudicar a funcionária, uma conselheira ainda relativamente recente quando para ali foi ocupar o lugar, que chefiava uma direcção de serviço onde também surgiram "problemas", daí Nuno Brito, o DGPE que se seguiu não a querer na sua "novel" e actual direcção-geral, arranjaram-lhe (com a aquiescência do SG) um outro "lugar"... a de Encarregada de Negócios com cartas de gabinete (tal como Jaime Leitão, recentemente promovido a ministro plenipotenciário, a ocupar idêntico posto em Singapura) em Windhook, na mesma Namíbia que Martins da Cruz resolveu encerrar e que agora o seu amigo Amado reabre, embora timidamente. E nos termos em que a reabre não se percebe para quê!

Sempre se diz a VEXA...

Ah, claro! Num cargo, sempre é bom para o estado um bom ou mesmo razoável não diplomata a um sofrível ou péssimo diplomata. O problema é não haver excelente diplomata ou não se dispor de influência política para colocar um razoável em áreas e para funções onde a diplomacia de move ou por onde indelevelmente se cruza. Aí é mau sinal para o estado.

Notícias…

    No âmbito da visita de estado dos grão-duques do Luxemburgo, Luís Amado recebe amanhã (terça, 7, nas Necessidades) Jean Asselborn, MNE daquele país. Mal se não recebesse, porque aí é que haveria notícia…
    Já agora, os grãos-duques do Luxemburgo cá vêm a Portugal por dois dias (de 7 a 9) a convite do Presidente da República. Mal seria se não tivessem aceitado o convite: nem as NV lhes perdoariam essa.
    Luís Amado, recebeu hoje à tarde, nas Necessidades, o MNE do Paquistão, Makhdoom Shah Mahmood Qureshi. E depois?

MNE e SIED, vendo bem...

Quanto a diretor do SIED, os factos são estes:
  1. em 1997 (abril) surgiu o embaixador Monteiro Portugal como primeiro diretor do SIEDM quando o SIED ainda tinha M
  2. em 1998 (de fevereiro a maio), um diretor interino em hiato, o major-general Vizela Cardoso
  3. em 2002 (maio) sucedeu no cargo o embaixador Bramão Ramos
  4. ainda em 2002 (novembro) a direção foi confiada ao embaixador Caimoto Duarte, que exerceu funções até fevereiro de 2005
  5. em 2005 (fevereiro a agosto) repete-se hiato de diretor interino com o diplomata Paulo Viseu Pinheiro
  6. em 2005 (setembro) a direção passa a ser exercida pelo ministro plenipotenciário João da Câmara
  7. em 2008 (abril) é nomeado Jorge Silva Carvalho, o primeiro director efetivo do SIED não diplomata
No cargo de diretor adjunto, foi assim:
  1. em 1998 (julho) nomeado o major-general Vizela Cardoso, como o primeiro director adjunto do SIEDM
  2. em 1999, seguem-se Heitor Romana (de junho desse ano a novembro de 2002) e o major-general Raul Durão Correia (de Junho de 1999 a abril de 2001) rendido pelo capitão de mar-e-guerra António Carreiro e Silva (de abril de 2001 a novembro de 2002)
  3. em 2002 (novembro) surgem um diplomata como diretor adjunto, Paulo Viseu Pinheiro, e o coronel Vítor Gil Prata (este, até janeiro de 2005)
  4. em 2006 (janeiro) o cargo de diretor adjunto é exercido pelo major-general Dario de Morais Carreira (até junho de 2008)
  5. em 2008 (agosto) surge no cargo a conselheira de embaixada Helena Paiva até julho deste 2010)
  6. em 2010 (agosto) é nomeado João Pereira Bicho, oriundo do próprio SIED

Fora de pé

Sim, com certeza. Com a saída da conselheira de embaixada Helena Paiva da direção do SIED, havia mais que pretexto para o MNE perder o pé naquele serviço de segurança externa. E perde o pé quem não sabe nadar ou dá mostras disso. Fora de pé, ou se sabe ou não. Entre um SIED e um Instituto de Socorro a Náufragos há a sua diferença.

Perdeu o pé no SIED

Sim, o MNE perdeu o pé no Serviço de Informações Estratégicas de Defesa e não devia ter perdido. Claro que não foi o SIED a perder o pé, o MNE é que não soube adivinhar perigos e evitallos.

Reentrée

Cheira a isso. Pelo menos recomeçaram as dispensas de notícias sobre viagens que têm que ser feitas e por isso nem são privilégios de notícia.

DISPENSAs & PRIVILÉGIOs Nem Deus se livra

Deus que se acautele com os portugueses, que para além do Juízo Final ficar marcado para a eternidade, eles encontrarão escapatória para apresentar recurso!
- Manuel CDLXXI Paleólogo©

04 setembro 2010

Breve pausa, aqui estamos...

Esta pausa de poucos dias tinha que ser. Aqui voltamos a estar.

Entre hoje e amanhã, para além das Notas, acertaremos a Folha Oficial, a agendinha e mais algumas coisas serão colocadas no Dicionário Diplomático que foi retomado e, segundo parece, com agrado de alguns.