25 agosto 2011

Parece título para o Independente

Paulo Portas, hoje, na audição parlamentar:
«Muitas vezes de forma imediatista fala-se de modo crítico na chamada diplomacia do croquete, e eu acho que a questão está colocada de forma enviesada. O problema não está no croquete, está em quem convidamos nas nossas embaixadas para o croquete. Têm que ser empresários, quadros, gestores, investidores, pessoas que criam oportunidades de negócio».
Terá o ministro querido sugerir que as embaixadas têm convidado os sem abrigo? Ou que um croquete de embaixada basta para atrair empresários famintos, quadros com a barriga a dar horas, gestores mal alimentados, investidores que há três dias não comem e só bocejam, ou  pessoas que criam tantas oportunidades de negócio que apenas lhes sobra o tempo para engolir o santo croquete? O que é que a burocracia estatal, municipal e corrupcional tem a ver com o modo crítico do croquete? Ainda estamos a redigir manchetes? É assim que o ministro "formula" o problema?

4 comentários:

mCr disse...

Mais uma vez me pergunto: Será porque Monsieur le Ministre des Affaires étrangères est étranger a ces affaires?

Anónimo disse...

O problema vem de longe. Quantos diplomatas foram, no tempo de Amado, designados para Chefes de Missão nos países do Golfo Pérsico, sem o menor perfil económico para esses lugares por puros laços de amizade com quem tem tido o poder de os enviar?
Era bom que as promessas eleitorais viessem ao de cima e se começasse a mandar gente qualificada.
Digo, Senhor Ministro, designados.

Anónimo disse...

Pois: é que as primeiras declarações do MNE sobre as propostas de Sarkozy-Merkel deram efectivamente mau aspecto. Aspecto de o MNE não saber o que está a fazer e estar desfalcado, desqualificado e mal preparado na área económica. "Acompanhamos com interesse" quer dizer o quê? Que seguimos Merkel-Sarkozy? Que nos interessamos? Que discordamos? Ou que não sabemos o que pensar e o que dizer?

Jose Martins disse...

Bem sem receio o afirmo que Paulo Portas é o homem errado no lugar certo onde deveria estar um ministro à altura que tivesse conhecimento, não só de diplomacia como de comércio internacional.
Paulo Portas está no lugar que pediu e não lhe pode, politicamente, ser recusado.
Ser ministro dos Negócios Estrangeiros não é para principiantes nem para um
ex-jornalista especialista em notícias “bombásticas”, directas aos leitores para os
impressionar.e atingir objectivos.
O tempo o dirá e não tarda que Paulo Portas está onde nunca deveria colocar
os pés.
José Martins