Nada temos contra um "chefe de gabinete" ser escolhido de entre diplomatas acabados, principiantes ou em rodagem avançada. Nada a opor a que um "chefe de gabinete" nas Necessidades seja alguém "de fora" da Casa. O mesmo quanto a adjuntos, assessores. Já será estranha essa espécie de "tradição" uma chefia de gabinete como etapa de qualificação a ter em conta incontornavelmente quanto a progressão da carreira, como se, hipoteticamente, alguém entrasse adido e tivesse que sair embaixador nomeado para posto de primeira. Chefe de gabinete é um acidente, não é substância.
Na verdade temos assistido a casos em que se salta de chefe de gabinete aqui para chefe de gabinete acolá, e, quanto menos se espera, o chefe saltitão, sem grande experiência em posto (muito menos, serviço e sacrifício...) aparece como embaixador nomeado, não apenas por confiança política (o que é aceitável e até um bom pretexto), mas sobretudo por confiança pessoal, amizade seletiva ou mesmo por retribuição de favor prestado. Esta nota negativa pode ficar acentuada nos casos em que o chefe saltita com molas de agente duplo - um rosto hoje, amanhã outro conforme a conveniência mas nunca conforme a coerência, e, mais grave, sem se passar pelo chamado período de nojo..
O certo é que já é regra entender-se que é pelas funções de chefe de gabinete que um diplomata "sobe depressa", o que não está certo, quer em função da exigível transparência e dignidade da carreira diplomática, quer em função da imagem que um diplomata tem a responsabilidade de inculcar.
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