05 novembro 2003

Angola: mais uma machadada brasileira na CPLP

Lula deixou unilateralmente em Lunada uma versão do seu plano «Fome Zero». Outro sinal da amplíssima coordenação luso-brasileira em África... no quadro da chamada CPLP.

Lula levou na sua comitiva para Luanda, o ministro da Segurança Alimentar e Combate à Fome, José Graziano, para convencer os angolanos das virtualidades de uma versão adaptada do programa Fome Zero, a implantar em Angola nos próximos anos. Angola recebe doações internacionais em géneros alimentícios através do Programa Alimentar Mundial, apoio que deve acabar no máximo em 2008.

Angola já foi grande produtor agrícola antes do início da guerra pela Independência, nos anos 60 e, no início do século XX, Angola rivalizava com o Brasil na produção de café.

  • A cooperação brasileira deverá consistir na doação de sementes, na capacitação de técnicos em agropecuária e no apoio à pesquisa, com o objectivo de auxiliar a recuperação da agricultura familiar, que ocupa cerca de dois terços dos cerca de 14 milhões de angolanos. Para tanto chegou a haver reuniões entre o ministro brasileiro Graziano e o vice-ministro da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário angolano, Zacarias Sambeny, além do presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Cleyton Campanhola, e de representantes da FAO e da ONU nos dois países.

    Segundo os brasileiros, o vice-ministro angolano Zacarias Sambeny quer ajuda para a erguer um programa «Fome Zero» em Angola, assunto sobre o qual, José Eduardo dos Santos cujos interesses pessoais em matéria oposta à fome não são comparáveis com os de Lula da Silva, nada disse.

    Porque é que o Brasil, se é assim tão bem intencionado, não concerta esta sua «generosidade» com Portugal? Mais uma machadada brasileira na CPLP.
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