Ainda hoje em NV: Reflexão sobre o Orçamento do MNE para 2004
Recebemos de Confuzius (identificação reservada) o seguinte aerograma:
«Já Monsieur de La Palisse dizia que se há políticas externas para vários preços, toda a Política externa tem o seu preço. Ora as temíveis restrições orçamentais (OGE/2004) que ameaçam o MNE suscitam uma questão de fundo, a saber: trata-se de medidas temporárias (tácticas), ou estamos perante uma opção (estratégica) de longo prazo? Com uma certa ingenuidade, pensou-se, inicialmente, que se pedia apenas um passageiro apertar de cinto até que melhores dias sorrissem... Afigura-se que, efectivamente, assim não será. Estando perante uma opção estratégica, as responsabilidades dos decisores são muito maiores, pois não se podem refugiar pusilanimemente por detrás da imposição de uma mera operação aritmética de subtracção. Qualquer gestor bem formado sabe que restrições dessa dimensão gerarão inevitavelmente efeitos estruturais perversos (teoria quantitativa, da Economia) os quais só podem ser eficazmente combatidos se as medidas impostas forem consolidadas por outras medidas restritivas de natureza variada que há que ter igualmente a coragem de promover. Disporão os decisores do País, em geral, e do MNE, em particular, de talento e inspiração suficientes para evitarem que os sacrifícios agora exigidos acabem por tornarem-se, a longo prazo, inúteis e mesmo nocivos quer para as Finanças Públicas, quer para a Política externa portuguesa?
Confuzius»
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