18 março 2004

Ainda a propósito do vergonhoso caso da Holanda

O Cônsul Fonseca Fagundes dá conta de como nas Necessidades há «Portugal em Acção», num papel que meteu por baixo da porta da Número Um:

«Excelência,
«Os postos consulares estão de há muito desfalcados dos profissionais a quem caberia o acompanhamento de situações como as que ocorrem na Holanda (os chamados técnicos de serviço social).
«Desde há muito que, não só estes técnicos não existem em muitos postos de áreas com grandes comunidades portuguesas (em especial fora da Europa), bem como os que existem vão saindo em virtude das inexoráveis leis da vida, sem que sejam substituídos.
«Ora, Roterdão é exactamente um desses casos.
«O Técnico Especialista de Serviço Social que trabalhava no Consulado de Roterdão (Tomás Lopes de Almeida) saiu para a aposentação em Fevereiro de 2003, não sendo substituído como tem acontecido ao longo dos últimos anos com estes técnicos, assim como com Vice-cônsules e outros profissionais que se vão reformando... (tudo isto tem vindo a ser denunciado pelo Sindicato mas, parece que para efeitos mediáticos, o que é importante é recrutar 40 novos diplomatas, ao mesmo tempo que diplomatas experientes, válidos e saudáveis são enviados para casa onde ficam a aguardar colocação…).
«Assim, não custa a acreditar que o Cônsul Ricardo Pracana já tenha colocado a questão da Holanda a Lisboa por mais que uma vez... Só que esbarra no intransponível muro das "dificuldades orçamentais" ou nas posições talvez "mais papistas que as do Papa do Director-Geral dos Assuntos Consulares, Sequeira e Serpa, colocado à frente da DGACCP pelo actual Governo.
«Mas há ainda a obtusa orgânica do MNE.
«Como VEXA sabe, não é a DGACCP que trata das questões de pessoal dos consulados (eta direcção-geral trata só da formação) mas sim o Departamento Geral de Administração (DGA). «Tudo é agravado pelo facto de os dirigentes destas estruturas não terem qualquer autonomia em matéria de admissão de pessoal - a Ministra das Finanças congelou admissões pelo que só as abre a conta-gotas ou quando há muita pressão - pressão em que a burocracia de conveniência das Necessidades é mestra.

Fonseca Fagundes»

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