Os «embaixadores políticos» ou embaixadores nomeados por decisão ou critério exclusivamente político e fora das regras ou quadro da carreira diplomática, serão obviamente coisas de evitar num Estado democrático. O critério político, no fundo, acaba sempre por expressar uma opção partidária, e esta dificilmente se livra do labéu da compensação, reconhecimento, arrumo ou talvez mesmo desterro de incomodidades. E assim tem sido, caso a caso, pelo que no passado, não foram poucas as críticas a tais critérios, tendo partido tais críticas tanto do interior da carreira como das bandas da oposição circunstancial invocando esta e por regra razões de Estado.
Parece que Teresa Gouveia e o Governo, contrariando no caso uma tradição a que o PSD poderia chamar sua, por aí voltam a introduzir como sendo prática normal a nomeação de «embaixadores políticos».
E tal acontece não porque a Carreira Diplomática portuguesa não tenha quadros – tem, apesar de entupida e manietada por critérios conjugadamente corporativos e de conveniência.
O critério da nomeação política, por agora, ainda não chegou aos postos bilaterais porque há, também por agora, o travão de Belém, mas avança na nomeação das chefias das representações junto dos organismos internacionais onde Belém não mete prego nem estopa.
Mas a verdade é que a Carreira também pouco tem ou poderá dizer em matéria de transparência política quando tão pouco ou nada tem feito com esse desiderato. A história recente das inspecções decretadas por motivos pessoais ou por espúrias razões políticas, fazem antever a degradação do cenário.
Não auguramos o melhor.
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