O movimento diplomático ordinário de 2004 vai na próxima Quinta (ou Sexta-feira) para confirmação da Ministra dos Negócios Estrangeiros (hoje, Terça-feira, termina o prazo para eventuais trocas).
Antes da confirmação, NV permitem-se modestamente assumir, sem toque nem retoque, o seguinte:
1 - Qualquer movimento ordinário actual, contrariamente ao que a lei prescreve, é decidido não pelo Conselho Diplomático (CD), mas por um órgão obscuro, sem regulamento escrito, denominado Conselho de Directores-Gerais (e equiparados). Este reúne-se sem qualquer secretariado, sem compilação de actas, e escolhe, com base em critérios desconhecidos, os candidatos aos postos consulares e diplomáticos, os quais impõe seguidamente ao CD. E impõe, porque os directores-gerais (e equiparados) detêm a maioria dos votos no CD;
2 - Se havia alguma transparência e democraticidade na escolha dos candidatos ao movimento diplomático feita nas reuniões do CD há alguns anos a esta parte, este sistema de prévia selecção pelo Conselho de DG's veio acabar por enfermar por completo o processo. Acresce ainda que, como é evidente, o tráfico de influências ganhou um enorme ânimo com este método, como, de resto, é bem sabido. Com efeito, resulta muito mais fácil influenciar e comprar favores a meia dúzia de directores-gerais que anseiam por um posto simpático, do que a um órgão que contém 15 membros, alguns dos quais pouco manobráveis (nomeadamente, antigos embaixadores e jovens adidos ou secretários);
3 - Não estranha assim a quantidade ridícula de postos C por preencher no movimento deste ano, bem como as transferências de candidatos de posto A para posto A, que têm causado a maior estranheza, consternação e desânimo (sobretudo de muitos que viram preteridas as suas pretensões, porque não têm cunha). Por conseguinte, não se estranha, também, as recentes indicações que vieram a lume que dão como altamente provável que alguns dos candidatos a este movimento se preparam para o impugnar.
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