07 julho 2004

As coisas mais díspares…

Comentário.

Com a fuga de José Manuel supostamente para cima (Guterres fugiu para o lado) após ter mantido Vitorino na situação de refém do último minuto diz-se por aí as coisas mais díspares. Para uns, um novo governo dos partidos coligados é como favas contadas. Para outros, a convocação de eleições antecipadas será inevitável. Os grupos económicos, ou melhor os líderes efémeros dos castelos financeiros, falam em nome dos milhares e milhares de trabalhadores que empregam mas que ainda não conseguiram afastar atirando-os para os braços doridos da segurança social e reclamam, imagine-se, estabilidade! Outros falam na retoma que aí estará já à porta – José Manuel antes de fugir dizia que já estava – mas os dados do dia a dia comprovam o contrário: o comércio está à beira da falência, a agricultura está num pandemónio, a indústria está como se sabe, o investimento estrangeiro não é palpável no fundamental, o turismo converteu-se num saco de gatos com cada um arranhar pelo seu lado – uns no Norte, outros em Madrid, outros a arranhar ainda nas alternativas aos paraísos fiscais – não fugindo à regra do que se passa com a generalidade dos serviços onde o virtual impera.

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