Briefing da Uma. Pelas três horas e meia de espera, um bom dito de James Freeman Clarke: «A diferença entre o político e o homem de Estado é a seguinte: o primeiro pensa na próxima eleição, o segundo na próxima geração».
1 - MNE
2 - Chefe de gabinete do MNE
3 - Porta-voz do MNE
4 - Assessoria diplomática do Primeiro Ministro
5 - Agapito
1 - (Como é descrito António Monteiro nas Necessidades?) - «António Monteiro é geralmente descrito como um homem sensato e de reconhecidas estatura e capacidade. Como diplomata tem uma carreira brilhante com prestações e desempenhos de elevado grau. É tido como avesso a cunhas e tem sempre uma palavra a dizer, raramente fugindo da palavra certa – dá a cara e com simpatia. A sua actuação na presidência portuguesa do Conselho de Segurança da ONU deixou marcas – pertence-lhe por exemplo a inciativa que levou à realização de sessões abertas daquele órgão das Nações Unidas designadamente aos Estados implicados nos debates e votações. Como Ministro, é uma das grandes expectativas do actual Governo e o Primeiro Ministro Santana Lopes percebeu isso desde a primeira hora ao inclui-lo na breve lista inicial de credibilidade. Em anteriores sessões de preparos governamentais, o seu nome foi insistentemente apontado como primeira escolha. Chegou a sua hora de provar, num momento em que o Primeiro Ministro não tem aparentemente queda pronunciada para tutelar ou chancelar em demasia as relações internacionais.»
2 - (O anúncio do Chefe de Gabinete do MNE está a gerar algum descontentamento?) - «Está a ser falado com insistência para tais funções, o nome de Miguel Almeida e Sousa. Como se sabe, desde há muito que grande dos diplomatas contesta a cor escolhida para a pintura da fachada das Necessidades – um rosa velho porque o rosa também envelhece. Outra parte não menos apreciável consome os dias em pesquisar nos dicionários, enciclopédias e motores de pesquisa da net o que significa célula de abate. E há ainda outro grupo igualmente numeroso que se desunha em saber o que sejam os talibãs na carreira quando afinal tais aguerridos fantasmas não passarão de formigas no carreiro. É voz corrente nas Necessidades que Miguel Almeida e Sousa não é um funcionário desordenado, tem um temperamento calmíssimo, apaziguante e pacificador, é competente, não é intriguista nem maldizente – perfil adequado para um Chefe de Gabinete do MNE. Se para este cargo António Monteiro tivesse escolhido um homem irascível e maquiavélico, estaria tudo estragado à partida. No entanto seria uma omissão não referir que a escolha está a suscitar controvérsia, estranheza e reflexões da área da psicóloga das profundidades. Tudo agora depende do Miguel e da cor da fachada do Palácio.»
3 - (O porta-voz escolhido pelo MNE que prenúncio sugere?) - «Nos tempos mais recentes, apenas um porta-voz pontuou nas Necessidades e nos tempos de Gama e que por este foi despedido. A função, nos tempos seguintes de Martins da Cruz, foi reduzida à discrição de assessor. Anuncia-se agora o nome de Carneiro Jacinto para estes tempos de António Monteiro. É tido como trabalhador, eficaz e arguto. Serviu Mário Soares em idênticas funções na Presidência da República, esteve em Washington, foi administrador do ICEP para a área da Comunicação, rumou depois para Paris onde, como conselheiro de imprensa. Colaborou com António Monteiro. A consciência de Carneiro Jacinto é, neste caso, a sua melhor conselheira e juíza perene.»
4 - (E como vai ficar a Assessoria Diplomática do Primeiro Ministro Santana Lopes?» - «Boa pergunta! Pois quanto à Assessoria Diplomática de Santana Lopes, Nuno Brito e Leão Rocha, para já, deverão ficar. Este último até irá, em princípio, à cimeira da CPLP em São Tomé e Príncipe como adjunto do gabinete (apesar do Primeiro Ministro não se deslocar). Todavia, a manutenção de Nuno Brito e Leão Rocha será temporária. Ainda há dúvidas relativamente aos outros elementos da Assessoria. Cita-se frequentemente a possibilidade de Bouza Serrano vir ser o próximo Assessor Diplomático mas nada nesse sentido se materializou. Sabe-se que Bouza Serrano já tem o agrément de Islamabad (muito embora o seu entusiasmo por este posto deva ser nulo) e seguramente até este momento não se conhece que tenha sido dirigido qualquer convite de S. Bento a Bouza Serrano, apesar das ligações deste diplomata a Santana Lopes, de quem foi, designadamente, chefe de gabinete na Secretaria de Estado da Cultura. E nada mais mas foi uma boa pergunta!».
5 - (O Embaixador Agapito Barreto é uma figura real?) - «Tão real que foi convidado para uma projectada Secretaria de Estado dos Direitos Humanos. Declinou e o projecto ficou na gaveta. Com todo o realismo, é um personagem na disponibilidade em serviço…»
Diplomacia portuguesa. Questões da política externa. Razões de estado. Motivos de relações internacionais.
21 julho 2004
Briefing da Uma. Monteiro, Miguel, Jacinto, Bouza Serrano e Agapito.
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