Briefing da Uma. Nos tempos que correm, não ficar lembrar que Victor Hugo já tinha observado que «a curiosidade é uma das formas da bravura feminina»...
1 – Programa
2 – Cooperação
3 – Europa
4 – Comunidades
5 – Camões
1 – (Quais as linhas, agora, da política externa?) - «Aguardemos o Programa do Governo, mas no essencial, em matéria de política externa, foi garantida a continuidade. Aliás, em dois anos será a terceira vez que se reafirma a continuidade. Aguardemos o Programa.»
2 – (Mas se houver essa continuidade na cooperação… não se chegará mais um imbróglio?) - «No que diz respeito à Cooperação, é deveras um imbróglio. A situação no IPAD não está fácil e António Monteiro tem que encontrar alguém que dê um jeito, até porque o Henrique de Freitas não está por dentro dessa área complexíssima. A fusão entre a APAD e o ICP foi feita aos tombos pelo Lourenço dos Santos, com uma relativa carta branca do Martins da Cruz (a única que felizmente lhe deu). O pessoal que constituía uma mais valia no processo (os jovens da APAD) foram todos para a rua, uma vez que a contenção orçamental de 2002 acabou com todos os contratos a prazo. Conclusão: a má receita de fusão, a perda do sangue novo da APAD, e a tradicional relutância dos vários Ministérios em abdicarem de gerir a seu bel-prazer as verbas de que dispõem para a cooperação sectorial (veja-se por exemplo o caso da Segurança Social), tem deixado a cooperação portuguesa em águas muito turvas.»
3 – (E para a Europa?) - «Haverá um problema a que a inadvertência de Mário David deu relevo – o de qual vai ser o grau de independência da política portuguesa para a UE perante o Presidente da Comissão. Para o bem e para o mal, essa independência deveria ter sido acautelada desde o primeiro minuto deste governo.»
4 – (Avizinham-se melhores tempos para a Diplomacia das Comunidades?) - «Usa uma expressão que até agora não foi levada à prática – não tem havido uma Diplomacia das Comunidades. Admite-se que o novo Secretário de Estado Carlos Gonçalves tenha canais de diálogo abertos com o Sindicato dos Trabalhadores Consulares, é de longe muito mais discreto, acutilante e sabedor que, por exemplo, o seu parceiro de bancada do PSD, Eduardo Neves Moreira; pelo que se lhe conhece não tem tendência para cultivar o ego num vaso de ibondai, mas tudo isso não é suficiente para que exista uma Diplomacia das Comunidades. Aguardemos o programa e as declarações de intenção.»
5 – (E não acha que o Camões é o silêncio total?) - «Simoneta Luz Afonso deve ser reconfirmada, explicita ou implicitamente no cargo por António Monteiro. Na verdade o Instituto Camões assemelha-se à superfície lunar: está cheio de crateras e quem lá chega diz sempre, como o astronauta, que vai dar um pequeno passo para si que será um grande passo para a humanidade… A Casa da Lusofonia, que era uma espécie de «túnel do Marquês» para o Instituto Camões, está definitivamente pronta, avizinhando-se por aí alguma cerimónia a que não faltarão discursos do costume. Simoneta ainda não apareceu como Simoneta. Mas está desculpada. Não teria desculpa é se tivesse sido nomeada para Secretária de Estado dos Antigos Combatentes ou se vier a transformar o Camões em Artes e Espectáculos.»
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