- A reestruturação consular foi um desastre. Sem planeamento, sem sentido de gestão e de previsão, sem atenção aos dados no terreno e, mais grave, com inverdades.
- A nomeação de cônsules honorários, amiúde, fez destapar critérios duvidosos.
- O diálogo com estruturas representativas (sobretudo com o Conselho das Comunidades Portuguesas para uns efeitos e com o Sindicato dos Trabalhadores Consulares para outros efeitos) foi outro desastre. O diálogo ficou ao nível dos repastos.
- A tentativa de «organização» dos media da emigração revelou, no mínimo, uma prática de relações espúrias - organizar não é distribuir pequenas e efémeras mordomias.
- A administração consular, aqui e ali mas cada vez com mais frequência, entrou no caricato se não até no desrespeito pelos cidadãos portugueses que residem e trabalham no exterior.
- A promoção da «auto-estima» seguiu por critérios também no mínimo provincianos, além de outros como os de capelinha partidária.
- A produção legislativa foi escassa para não se dizer nula.
- A atenção pelas chamadas questões cruciais ou vitais - como a do ensino do português - foi outro desastre.
- Finalmente, no que será a coisa mais grave para um governante numa Democracia, Cesário via em cada crítica um ataque pessoal, em cada dúvida política uma acto de perseguição e em cada autor de crítica e dúvida um alvo sedicioso. Sacrificou a solidariedade com Martins da Cruz para sobreviver, geriu um distanciamento soberano com Teresa Gouveia para continuar a sobreviver e naturalmente que sai das Necessidades sem deixar saudades no Palácio e na Emigração. Mas também é verdade que não se pode exigir tudo a um homem que concluiu o Curso de Magistério Primário, em Viseu em 1978, e, Professor do Ensino Básico, foi subindo pelas rotinas de partido.
Diplomacia portuguesa. Questões da política externa. Razões de estado. Motivos de relações internacionais.
21 julho 2004
José Cesário com lugar
Deprimido com a saída das Necessidades onde durante dois anos viajou muito e fez pouco, acrescendo que o pouco que fez, fez mal, José Cesário foi «transferido» para Secretário de Estado da Administração Local, matéria que certamente se esperaria que viesse a ser cometida no mínimo a um sociólogo preparado por entre os muitos com que o PSD conta. Se essa decisão foi boa ou má poiliticamente, é um um problema do Governo. Por parte de NV, do exercício crítico a que José Cesário nos forçou na sua passagem pelas Necessidades, se é verdade que se podem tirar algumas vírgulas, não se retira uma palavra e muito menos uma linha.
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