12 janeiro 2005

Banguecoque. O Número Dois é um grande número

A rádio repetiu até à exaustão as falas do Número Dois de Portugal em Banguecoque, a que a mesma rádio chamou encarregado de negócios, tratando-se do segundo secretário de embaixada Fernando Esteves Marcos. O embaixador Lima Pimentel tinha sido convocado para um dito seminário diplomático que resulta do péssimo costume português de conjugar férias com trabalho do que nem resulta trabalho e muito menos férias, porque o Tsunami não pede opinião às chancelarias. E o que é que o segundo secretário Marcos devia ter feito em vez de tanta verborreia de gabinete despejada para a rádio? Pura e simplesmente como secretário de embaixada deveria, com lealdade, ter avisado Lima Pimentel que o Tsunami não foi uma brincadeira mas uma enormissima tragédia - o que como secretário tinha obrigação de saber logo no dia 26 ; e depois como presuntivo encarregado de negócios, deveria ter dito ao embaixador - «Venha e depressa, que isto é demais para mim!» E deixava as rádios para depois, não sendo mais que número dois. O embaixador Lima Pimentel foi injustamente sacrificado no caso e o secretário Marcos que está apenas no nono ano de carreira não lucrou rigorosamente nada, antes pelo contrário, com a prosápia do mesmo caso.

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