
Num momento em que, por exemplo, a França formou no interior do Quai d’Orsay uma central de inteligência para os negócios e salvaguardar a respectiva alma que é o segredo, Portugal dá este espectáculo triste de nem sequer saber construir um pequenino segredo de Estado, pequenino que seja. Pior que a provável descoordenação entre ministérios e os atropelos que à evidência os Ministérios fazem uns sobre os outros, é a vulgarização de estratégias. Que Álvaro Barreto diga que desconhecia o que Sarmento foi fazer e que este, inusitadamente, tenha chamado a si algo que deveria ter sido António Monteiro a conduzir e o primeiro ministro a conhecer ou a percebner sem hesitações estivesse em Paris, em Madrid ou em Roma, tudo isso se perdoa até porque tem sido sempre assim: a coordenação não é uma virtude dos governos portugueses, como os embaixadores tão bem conhecem e sofrem no terreno. O que choca é que sejam ministros a revelar estratégias e alvos negociais que o Estado deveria salvaguardar com prudência, cautela e responsabilidade.Enfim, razão teve Henri Monnier em lembrar que o carro do Estado rola sobre um vulcão e, claro, não apenas sobre a GALP.
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