03 fevereiro 2005

Briefing da Uma. Monteiro/Rice, António Carneiro Jacinto, o Papa e as Rosas

Briefing da Uma. «Este barulho ali da Capela... às três da manhã... são almas do outro mundo, ou alguém a ressonar na CIFRA, de certeza... Mas, que diabo! Na CIFRA não é... aqui há gato!» - monólogo do guarda sentindo um tremor de arrepio na espinha.

1 – António Monteiro e Condoleezza Rice
2 – O trabalho do Porta-Voz
3 – Papa e rosas

1 – (A nova secretária de Estado dos EUA a partir de hoje e por oito dias corre de Londres para Berlim, vai a Ancara, ruma para Jerusalém, e depois Cisjordânia, vem para Roma, segue para Paris, vai andar por Bruxelas e termina tudo no Luxemburgo... E Portugal no meio disto?) - «Como sabem a sucessora de Colin Powell na chefia da diplomacia norte-americana, vai participar na reunião dos Ministros dos Negócios Estrangeiros, dia 9 (quarta-feira), na sede da NATO em Bruxelas, reunião essa em que o MNE António Monteiro participa e que preparará a cimeira da Aliança Atlântica marcada para o próximo dia 22, também na capital belga, com George W. Bush, mais uma vez, no centro das atenções mundiais. Não está agendado qualquer encontro formal e oficial bilateral entre Rice e Monteiro mas quase garantimos que vai haver um encontro à margem. Há toda a curiosidade em observar o que Rice vai dizer a Monteiro e que não deve ser nenhum boato.»

2 – (Como avalia o trabalho do Porta-Voz das Necessidades, António Carneiro Jacinto?) - «Positivamente. Em escassos meses, o Porta-Voz das Necessidades emitiu até hoje perto de 400 notas ou comunicados o que ultrapassa em muito o que os adjuntos, assessores ou mestre de cerimónias dos anteriores três ministros (Gama incluído) produziram. António Carneiro Jacinto introduziu uma alteração profunda, muito positiva, na forma como as Necessidades se devem relacionar com o sistema mediático, reduzindo protagonismos pessoais. Antes dele, como sabem, outros dois porta-vozes fizeram das suas, designadamente Horácio do Vale César (Jaime Gama) e Fernando Lima (Martins da Cruz). O porta-voz Horácio gostava muito de falar para as rádios, por vezes às tantas da madrugada e estando por certo o ministro a dormir ele dizia sempre que «O senhor ministro pensa que...» para se falar das vezes em se ouvia «Nós pensamos...» parecendo por vezes comentários internacionais para o Açoreano Oriental o que termina sempre mal embora tarde e a más horas. Com Fernando Lima, o caso foi diferente mas também terminou muito mal com o embaraço das cunhas e outras coisas mais que, caso fossem reveladas, só Portugal é ficaria mal. O trabalho de António Carneiro Jacinto nas Necessidades foi um trabalho limpo, foi um trabalho profissional e foi um trabalho de quem não precisa do MNE para ser conhecido ou continuara ser voz sempre de algum dono. Falou com a sua própria voz e é isso que faz ou define um Porta-Voz, nunca apoucou diplomatas e, sobretudo, cativou a simpatia e respeito da imprensa estrangeira acreditada em Lisboa. E Notas Verbais afirmam isto com total insuspeição porque nunca, nunca receberam informação privilegiada do Porta-Voz – receberam o que todos os outros receberam. Só que nós, desculpem lá, temos para além do Embaixador Agapito muitos outros intérpretes e muitos outros personagens, além de conhecermos a Casa desde o tempo de Ruy Patrício e só não promovemos já um jantar com os próximos 30 jovens adidos apenas porque o FRI não desbloqueou a verba! Está tudo dito.»

3 – (O Embaixador Rocha Páris não foi oferecer um rosa branca ao Papa, no hospital Gemelli?) - «Supomos que não. De facto, um padre e um religioso polacos, em nome de 700 peregrinos também polacos que deviam ser recebidos em audência geral entretanto cancelada, foram ao hospital entregar um ramo de rosas com as cores da Polónia. Também habitantes de terras vizinhas do antigo campo nazi de Auschwitz remeteram da Polónia 15 bem contadas rosas vermelhas. De Portugal, nada. Nem o Santuário de Fátima mandou uma pomba ou uma rosa branca que fosse! Temos a certeza que se rosa branca fosse mandada, o Embaixador Rosa Páris lá iria de rosa branca na mão, se possível a correr, sabendo-se que o cheiro da rosa branca portuguesa cura todo o qualquer espasmo da laringe.»

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