Desde as figuras de Estado aos que fazem o estado de Figuras, todos por aí andam mundo fora, a apregoar o peso da diáspora lusitana, os milhões e milhões de denodados emigrantes, outros milhões mais de descendentes a que não se resiste de atribuir o que é já um prefixo – luso. Certamente por culpa do Estado, culpa maior das Figuras e grande responsabilidade daqueles milhões, tudo isto não tem ultrapassado um vira do Minho com elevada taxa de alcolemia, uma caravela com rombos, um o galo de Barcelos com gripe das aves ou mesmo um caldo verde frio e meio azedo. É claro que, no meio de tantos milhões, haverá uma centena, duas centenas ou possivelmente uns mil luso-seres de sucesso e proeminentes, enfim excepções ao panorama geral que o Estado e as Figuras têm tentado fazer com que representem, de vez em quando e em peregrinações pirosas, uma espécie de reconciliação com o País dos respectivos pais quase todos miscigenados.
Só que na hora da verdade, é de morrer de vergonha por esse mesmo mundo fora, quando contra a orgulhosa política de afirmação dos milhões de milhões, afinal, apenas 150 mil emigrantes estão recenseados – pouco mais de 76 mil na Europa e à volta de 72 mil no resto da terra. E como se não bastasse para a vergonha, mesmo estes poucos portugueses por inteiro, quando chega a hora das opções fundamentais para o seu País e do voto, dão às de vila Diogo.
E é assim que dos tais escassos 76 mil emigrantes recenseados na Europa, apenas 23 mil e quinhentos votaram, sendo mais vergonhosa a proporção de fora da Europa – uns escassos 13 mil do reduzido grupo dos 72 mil recenseados.
Porquê isto?
Políticos da casa que andam pelo mundo como se fossem a imagem de Fátima, diplomatas a quem apenas interessará passar o tempo, cônsules honorários mas sem honra a que se juntam uns tantos auto-proclamados animadores com currículo convenientemente oculto, e naturalmente os tais milhões que têm aquilo que a gente sabe na massa do sangue, dão nisto e não vale a pena chorar sobre o leite derramado.
Mas para já e sem choros, na parte que nos interessa, haverá algum dia no MNE alguém responsável que aceite que o rotundo fracasso do Recenseamento, é uma derrota da máquina consular portuguesa e sinal de lassidão das embaixadas?
Continuaremos, porque o tal vira de alcoólico, a tal caravela que mete água, o tal galo com gripe e o tal caldo verde azedo também têm feito equipa nas Necessidades.
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