Inteiramente de acordo! Felino, Freitas do Amaral, a propósito das negociações na UE, cortou a direito – Portugal não tem que revelar a estratégia negocial. Nos anos mais recentes, ouvimos ministros a dizer que Portugal iria exigir isto, contrapor aquilo, aguardar esta coisa, prometer em troca outra, mas que é difícil, os senhores compreendem… Tais ministros falavam como se o diálogo na Europa fosse trigo limpo, e todos nós ou alguns de nós fomos compreendendo como o exercício de vaidade pessoal ou então a muita ingenuidade, se sobrepunha ao interesse negocial do País e à responsabilidade da tarefa de Estado. As embaixadas dos parceiros da UE em Lisboa tinham, pois, o trabalho facilitado – bastava-lhes seguir as televisões e ler dois ou três jornais, para surpreenderem sempre algum ministro português a abrir o jogo e a exibir génio de cónego para algum estagiário ávido de exibir talento mas sem dotes.
E agora, com esta clara mas calma e até sorridente advertência de Freitas sobre como, com ele, os tempos são outros e não há espaço para brincar às diplomacias? Bem! A partir de agora, as chancelarias dos parceiros europeus vão ter que trabalhar… Como? Ou muito nos enganamos ou aí vem nova fase de convites atrás de convites para almoços com jornalistas, políticos bem posicionados, assessores e técnicos ministeriais. Têm que enviar informação para as suas capitais e Freitas, no fundo, já lhes disse por interpostas pessoas que não é «novato».
Torna este episódio justificado, algum dia, um considerando sobre a figura dos conselheiros de Imprensa que adornam as embaixadas – os nossos conselheiros e os dos outros. Havemos de pegar nisto, mesmo que algumas almas fiquem arreliadas.
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