Após longos anos na redacção política do Diário de Notícias, e com a demissão disso por motivos evidentes e razões fundamentadas, impunha-se um silêncio de tudo, uma pausa, uma espécie de quarentena que naturalmente afectou Notas Verbais. Enganaram-se os que chegaram a pensar que encontrariam neste espaço algum rabisco de vingança, de desforra, de ressaibo, de catarse ou coisa equivalente. Relativamente ao Diário de Notícias nada há a vingar, a desforrar ou a superar - livremente, embora não voluntáriamente, abandonámos uma Redacção cheia de novos e potencialmente grandes valores do Jornalismo, onde os amigos com a camisa do jornalismo vestida abundam mais que adversários, uns cinco ou sete apenas, perversos mas efemeramente poderosos, mas que quase sempre no passado e conforme as circunstâncias venderam a camisa do jornalismo se é que não venderam a própria pele para não dizer a alma, a troco de pequenas e imundas ganhunças. O Diário de Notícias não tem culpa destes cinco ou sete mercenários que já esqueci a ponto de, se os quisesse agora citar, nem dos nomes me recordo, sendo eles agora um assunto interno do mesmo Diário de Notícias na medida em que os autoconvencidos de que têm a verdade do mundo na cabeça são sempre «assunto interno» e destinados a perderem o nome.
Posto isto, Notas Verbais prosseguem na senda de sempre - um jornalismo de cidadania, com certeza apaixonado, romântico e se alguma coisa em Notas Verbais parecer de generoso é porque não temos medo de errar porque apenas não erra quem não tende para a perfeição sem a pretender.
Carlos Albino
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