Se em alguma coisa o MNE deve ser exemplo é na transparência. E as nomeações políticas para cargos em embaixadas e em consulados, designadamente conselheiros e adidos, em nada têm contribuído para esse objectivo. É verdade que cada nomeação tem a sua «história» e algumas mesmo histórias que roçam a literatura de cordel, histórias – sabe-se agora pela voz do ministro – pagas por 12.900 euros em cada mês que passa (fora recebimentos paralelos ou complementares, discricionária e azuladamente acordados por via do Fundo de Relações Internacionais), verba tal que desafia o que os diplomatas de carreira recebem e que naturalmente enxovalham os funcionários dos serviços externos. Parece que Freitas do Amaral quer acabar com esta situação, para já reduzindo o número de tais conselheiros – de 110 para 55 – com procedimentos a terem início já em Janeiro de 2006, abrindo caminho à criação de carreiras técnicas às quais se acederá por concurso público e, claro, por provas públicas e currículos públicos. Sempre temos defendido este princípio, e se é verdade que os ministros que foram desfilando pelas Necessidades – todos eles – foram concordando com tal princípio sempre que foram confrontados com a anomalia, também é verdade que cada um deles foi fazendo exactamente o mesmo que o anterior: nomeações por favores políticos ou por conveniências políticas esdrúxulas, por regra a beneficiar membros não menos esdrúxulos de gabinetes de outros ministros em véspera de demissão calculada ou de exoneração inevitável acautelando-se desta forma mordomias certas para favoritos e favoritas apenas porque eram favoritos e favoritas. Nada menos transparente, tocando a coisa em patamares mais altos do que o patamar dos conselheiros e adidos a martelo, porquanto a coisa também toca no patamar de chefes de missão onde as «histórias» são outras mas não deixa de ser histórias.
Diplomacia portuguesa. Questões da política externa. Razões de estado. Motivos de relações internacionais.
27 outubro 2005
Freitas/nomeações políticas. De acordo.
Se em alguma coisa o MNE deve ser exemplo é na transparência. E as nomeações políticas para cargos em embaixadas e em consulados, designadamente conselheiros e adidos, em nada têm contribuído para esse objectivo. É verdade que cada nomeação tem a sua «história» e algumas mesmo histórias que roçam a literatura de cordel, histórias – sabe-se agora pela voz do ministro – pagas por 12.900 euros em cada mês que passa (fora recebimentos paralelos ou complementares, discricionária e azuladamente acordados por via do Fundo de Relações Internacionais), verba tal que desafia o que os diplomatas de carreira recebem e que naturalmente enxovalham os funcionários dos serviços externos. Parece que Freitas do Amaral quer acabar com esta situação, para já reduzindo o número de tais conselheiros – de 110 para 55 – com procedimentos a terem início já em Janeiro de 2006, abrindo caminho à criação de carreiras técnicas às quais se acederá por concurso público e, claro, por provas públicas e currículos públicos. Sempre temos defendido este princípio, e se é verdade que os ministros que foram desfilando pelas Necessidades – todos eles – foram concordando com tal princípio sempre que foram confrontados com a anomalia, também é verdade que cada um deles foi fazendo exactamente o mesmo que o anterior: nomeações por favores políticos ou por conveniências políticas esdrúxulas, por regra a beneficiar membros não menos esdrúxulos de gabinetes de outros ministros em véspera de demissão calculada ou de exoneração inevitável acautelando-se desta forma mordomias certas para favoritos e favoritas apenas porque eram favoritos e favoritas. Nada menos transparente, tocando a coisa em patamares mais altos do que o patamar dos conselheiros e adidos a martelo, porquanto a coisa também toca no patamar de chefes de missão onde as «histórias» são outras mas não deixa de ser histórias.
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