1 – Freitas/multilateralismo
2 – Porta-voz/Necessidades/Quai d’Orsay/Washington
3 – Cooperação/FOCID
(Desculpem estas duas horas de atraso, mas a sala apenas agora ficou disponível. A formação em política externa ministrada pelo Instituto Diplomático leva horas infinitas, quando nem para a política interna há tempo.)

(Deixe-se de considerandos, por favor e responda-me à questão) – Com todo o gosto. Freitas do Amaral está a revelar trabalho e grande preocupação na área do multilateralismo tal como prometera no discurso de posse. Posso dizer-lhe que está a fazer trabalho que já devia ter sido feiro no tempo de Jaime Gama, no tempo de Martins da Cruz, no tempo de Teresa Pinto Bessa (Gouveia) e no breve tempo de António Monteiro que não chegou a ter tempo.
(Seja concreto, por favor. Dê um exemplo!) – Bem estou a ver que, sendo Jornalista acreditada em NV, a senhora continua a não ler a folha oficial… Se tivesse lido o Diário da República de ontem, teria constatado, por exemplo, que só agora, pela mão de Freitas, Portugal e a CPLP trocaram os instrumentos de ratificação do Acordo de sede dessa organização, acordo esse assinado já quase na pré-história, em Julho de 1998! Oito anos para consumar um procedimento envolvendo uma realidade situada na própria capital portuguesa!
(Oito anos?) – Oito anos precisamente. Mas não é por isso que a CPLP não funciona e que o Instituto Internacional da Língua Portuguesa não sai do papel e de dois ou três ordenados de instalação, enquanto o Camões se entusiasma com a Casa das Línguas Ibéricas.
(Línguas ibéricas?) – Um dia destes falaremos sobre esta mais recente e notabilíssima façanha do Camões. Vamos a outro ponto.
2 – (Com essas histórias dos briefings dos porta-vozes do Quai d’Orsay e do Departamento de Estado norte-americano, pretende sugerir que o Porta-voz das Necessidades deveria fazer briefings diários?) – Não digo diários porque fazer isso diariamente é tarefa que cumpre às Notas Verbais, mas pelo menos briefings semanais. Houve várias tentativas nesse sentido até da parte do Porta-voz António Carneiro Jacinto e que, me recorde, a mais antiga terá pertencido ao embaixador Marcello Mathias quando vai para vinte anos chefiou os serviços de comunicação social. Sempre sem aquele êxito que legitima a continuidade.
(E porquê?) – Em algum momento, para mais breve do que pensam, responderemos a essa questão para o que será necessário fazer alguma história.
(História? Mais um mestrado?) – Não, por quem os senhores nos tomam! Jamais faremos o que a Estrela Serrano depois do seu consulado mediático em Belém – um mestrado revelando a forma como um assessor presidencial, a final andou à caça de passarinhos, ou seja, de jornalistas pequeninos e com duas asas que não resistem à tentação de deixar uma aguida sossegada.


- Sempre que ou caso se critique a política de Cooperação, é isso e por só «falar mal de tudo e de mais alguma coisa» como se a Cooperação apenas tivesse anjos quando eu estou no poder e diabos quando eu estou na oposição?
- Qual foi a reestruturação da Cooperação, das muitas que houve desde há 10, 15 anos, que não foi apresentada como «funcional» e como guardiã da «transparência», tendo todas falhado na função e na clareza?
- Quem é que esteve à frente da Cooperação desde que ela foi criada que não tenha invocado e auto justificado com a «orientação estratégica», quando não há estratégia possível sem a fiscalização de projectos, a avaliação de projectos e auditoria de resultados?
(Sim senhor, percebemos onde NV querem chegar e depreendemos que estão à altura de discutir a matéria com Cravinho. E agora quanto a esse SOFID, o que tem para dizer para estar contra?) – Apenas um analfabeto ou algum pateta alegre é que, julgando que agrada a Cravinho, pode ter lido nas nossas palavras alguma oposição à criação de uma Sociedade Financeira para o Desenvolvimento. Há 20 anos, 10, cinco, dois, no ano passado, há dois meses, há quatro dias, sempre escrevemos a defender a criação desse instrumento financeiro que nunca houve, jamais teve existência no figurino de sociedade financeira – houve sim uma contabilidade de merceeiro, promíscua e que nem uma nem duas vezes roçou a corrupção com todos os casos sempre bem abafados. Sabemos do que estamos a falar e não pensem os prevaricadores que os documentos foram todos destruídos… E ponto final. Não estamos contra a criação da Sociedade Financeira para o Desenvolvimento ou SOFID na sigla oficial e muito menos estamos contra a criação de um grupo de trabalho para erguer essa estrutura. Criticamos sim é que não tenha sido fixado um prazo para o grupo de trabalho dar o trabalho por terminado e criticamos também que para se definir a orientação estratégica desse instrumento financeiro se tenha que recorrer «conjuntamente» a três ministros do mesmo governo. Bastava um (MNE, este sim com a estratégia ou então não é MNE), com a garantia técnica de outro (Economia) e a de fiscalização de outro (Finanças). Mal de um governo quando todos os ministros querem ser se alguma forma dos negócios estrangeiros esvaziando o que por definição assim é.
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