30 janeiro 2006

Briefing da Uma. Fórum, Belém e Luanda

Briefing da Uma. «Sou muito bonito de lado», diz aquele diplomata cuja fotografia de frente é horrível, concluindo-se daqui que um qualquer diplomata não pode correr o risco de não ter moral e ética por todos os lados - e se for península, que se lhe perdoe o istmo.

1 – Fórum Notas Verbais
2 – Belém
3 – Luanda/Cônsul

1 – (O Fórum Notas Verbais, o que é isso?) – Desculpas pelo atraso, mais uma vez. Boa e oportuna pergunta. O Fórum Notas Verbais está de facto criado e, muito em breve, endereçaremos convites à participação. Mas, para já e mesmo nesta fase inicial, quem estiver interessado pode inscrever-se. Para tanto basta aceder à página do fórum http://groups.google.pt/group/Notas-Verbais – em breve colocaremos na coluna ao lado um botão para inscrição directa na lista de distribuição dos comentários publicados. Como os senhores sabem, defendemos a transparência na actividade diplomática - defender esta transparência (de procedimentos, métodos e objectivos) não é colocar a diplomacia na rua, antes pelo contrário é acautelar e zelar pela substância da diplomacia a qual, aí sim, é na substância que está a razão de Estado. Somos dos primeiros a defender que uma razão de Estado não deve cair na rua, como também não somos dos últimos a dizer que a diplomacia deve ser retirada das mãos de oportunistas e dos que cuja moral está a baixo do nível das ruas onde a diplomacia não deve cair. Que isto fique bem claro, como claro está que esse grémio de oportunistas, obviamente, não gosta de nós – o que não nos incomoda mesmo que subam muito no Estado porque sobem apenas porque a sua alma não ganhou peso e perdeu espessura. Uma alma desta é obviamente a negação do espírito...

(Lá está você a divagar!) – Desculpem mas não temos o génio do Eduardo Lourenço para dizer a verdade sobre tudo sem sair da meia-verdade de onde parte e da outra meia-verdade aonde aporta.

(Há já algum tema em discussão no Fórum Notas Verbais?) – Sim, foi colocada à discussão a questão da participação dos Emigrantes nas eleições, matéria cuja complexidade varia daqui para ali. Diplomatas de carreira, políticos encarreirados e, enfim, os decisores que estão no terreno devem e podem pronunciar-se sobre esta questão sem eleições à porta. Os Emigrantes não podem ser acusados de voltarem, costas a esta discussão – associações, jornais e, por todos, esse fórum PortugalClub tem carreado ideias, reparos, sugestões, protestos, lamentos quase sempre fundamentados... No meio da enxurrada das coisas que a alma diz livremente (e ainda bem que as dizem porque as almas que nada dizem, muitas delas por exemplo estão nos Prazeres ou no Alto de São João!)

(Mas o PortugalClub muitas vezes erra...) – E daí? Se até o Expresso erra em corpo 24 e pede desculpa seis meses depois em corpo 6, é óbvio que devemos ser tolerantes para o PortugalClub que quando sente que errou em corpo 6 pede desculpa em corpo 24 e por vezes passados segundos, desde que sinta... Apetece dizer: Meus senhores, não estraguem os cardos, pois há cardos cuja flor é mais verdadeira que rosas, sobretudo as rosas de plástico que ornam as secretárias de alguns dos nossos embaixadores e cônsules! Sejamos tolerantes e saibamos ler os sinais.

(Já podemos entrar no Fórum Notas Verbais quanto mais não seja para experimentar?) - Podem e basta clicar AQUI, SIM AQUI. Adiram mas não se esqueçam de criar um pseudónimo...

2 – (Sobre o futuro em Belém, afinal que vai?) – Até agora apenas se pode especular sobre quem já não vai e sobre quem já não pode ir... O resto – que é o mais importante – pertence ao Presidente eleito. Ele é que escolhe e certamente levará em conta alguma discussão produzida.

(Explique-se melhor e deixe-se de subterfúgios!) – Com todo o gosto! O Presidente eleito não pode, melhor, não deveria – porque poder pode – escolher para a Chefia da Casa Civil, para as Relações Internacionais e para a nova assessoria das Comunidades Portuguesas, nomes que chamam à memória práticas e interesses obscuros ou pelo menos nunca esclarecidos, para não falar dos que não passam de defensores oficiosos da incompetência e que a máquina do Estado infelizmente tem consagrado. Apenas Cavaco Silva e só ele pode decidir sobre essa matéria. Ser Presidente em 2006 pouco já tem a ver com o Primeiro Ministro em 1985. A eleição do Presidente não determina a absolvição automática dos chefes de gabinete, assessores e adjuntos que ele foi conhecendo ou conheceu até 1995. Até porque Belém não é o confessionário de São Bento! Uma distracção de Cavaco Silva quanto a nomes é já uma distracção presidencial.

(Mas Notas Verbais têm falado em nomes...) – Sim senhor, temos falado em nomes e cada um dos nomes, mal Notas Verbais o cita, pergunta logo – quem estará por detrás disto? É óbvio que não há ninguém atrás. Julgamos que nenhum Português, quer tenha votado Cavaco ou não, gostará de uma distracção presidencial, quanto mais de duas e três...

3 – (Como comenta a falada decisão sobre a ida de Jorge Fernandes para Luanda?) - A falada decisão de enviar o diplomata Jorge Fernandes para Luanda (dizemos falada porque pode não ser Jorge Fernandes, mas outro... que secretismo!), seja quem for irá apenas em comissão de serviço pois não pode ser colocado sem ter havido um conselho diplomático de acordo com o Estatuto da Carreira (o que ainda não se verificou), no caso de ser Jorge Fernandes parece equivaler a um apelo – aposto ou continuado - à reflexão do embaixador Xavier Esteves, do paladino Ismael Mateus e jornalistas correlativos. Quem sabe o que se passou e que deveras ficou envolto em nevoeiro nas Necessidades – porque acaba por não se compreender o que se passou... - quem esperava para Luanda um cônsul controlável, servil e sem espinha dorsal, enganou-se, caso seja Jorge Fernandes. Este diplomata é tudo menos isso, a não ser que tenha mudado muito, ou venha a mudar, ou leve para Luanda instruções especiais, o que duvidamos porque se as coisas tal como são chegarem a Freitas, então meus meninos...) E mais não dizemos porque o diplomata Jorge Fernandes perfaz 56 anos em Junho pelo que se não tiver a promoção, este ano, a conselheiro, passa à disponibilidade em 2007 e não se sabe ainda se é ele que seguirá para Luanda. Não é segredo de Estado nenhum observar-se que este diplomata foi injustiçado na sua progressão na carreira, tal como não é nenhum segredo de Estado que mais não dizemos porque as Necessidades, assim, vão de vento em popa. Mas estamos aqui para ver se haverá mais humilhação a Portugal e aos Portugueses porque a que houve foi demais, já basta e acabou por humilhar Angola e os Angolanos.

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