26 janeiro 2006

O caso de Angola. Dois pontos...

Em síntese, para se compreender o caso da negação do visto a Ismael Mateus e que culminou com a chamada do Cônsul-geral a Lisboa:

1 - O jornalista Ismael Mateus, ex-presidente do sindicato dos jornalistas de Angola angolanos, que publicou no Jornal de Angola (dia 17) uma «Carta Aberta» ao cônsul de Portugal em Luanda, por lhe ter sido negado um visto de entrada em Portugal e ter sido tratado como «ignorante, potencial criminoso, emigrante ilegal ou vândalo».

2 - O caso fez aquecer as cabeças. No sábado passado, o Semanário Angolense transformou o assunto em desafio. Neste termos: «O Presidente da República (Eduardo dos Santos) deve demonstrar aos portugueses, em consequência da sua política consular, que os seus interesses económicos em Angola ficarão prejudicados quando grupos inteiros de representantes de empresas portuguesas deixarem de ter permitida a entrada no nosso país», pelo que Eduardo dos Santos tem que «colocar na ordem do dia das relações económicas entre os dois países a questão fundamental que é a obtenção de vantagens mútuas». Para o Semanário Angolense, as autoridades de Luanda terão aceitado de Portugal «uma cooperação despreocupada com os anseios de desenvolvimento de Angola, constituída por indústrias de duvidosa competitividade, mercadores de vinho, azeite, bacalhau e toucinho. Essa é a cooperação que Portugal nos oferece neste momento».

Onde isto chegou, diria a máfia da Sicília esfregando as mãos de contentamento.

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