Não sendo aquele Oxalá ofensivo de outros, transmitem-nos da Jordânia – presumimos que à CIFRA tenha chegado a mesma informação, mas se não chegou compreende-se porque o nosso embaixador em Amã (Fernando Ramos Machado) reside no Cairo e para coisas destas os jornais não têm espaço... – pois transmitiram-nos que, na Jordânia, o director do semanário al-Shihan (de Amã) , o muçulmano Yihad Momani, foi destituído do cargo e recebeu ordem de prisão de 14 dias, por reproduzir três das caricaturas numa declarada tentativa de mostrar aos seus compatriotas o excesso das reacções suscitadas no mundo muçulmano contra o que não passava de uns desenhos estúpidos e de mau gosto – e se calhar, Momani até disse a verdade: estúpidos e de mau gosto.
Mais nos informam que, também apenas por essa tentativa de acalmia e de apelo à serenidade, os exemplares do al-Shihan foram retirados das bancas e a empresa foi obrigada a prometer publicamente que castigará «todos os que estiveram envolvidos nessa acção irresponsável e vergonhosa».
É obvio que muita gente respeitável da Europa perdeu força moral para se solidarizar com o jordano Yihad Momani, castigado por apelar à serenidade, a prenunciar algo por todo o mundo islâmico que nada tem a ver com caricaturas e por certo nunca teve. E o paradoxo é que a diplomacia do Vaticano que nunca gostou de que alguém seja mais papista que o Papa, neste momento, ainda tem essa força a seu favor... Reconheça-se. Por enquanto.
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