12 fevereiro 2006

Diplomáticos respeitos. Mais um símbolo a ter em conta

António Barreto esqueceu-se. Mas há ainda o Anjo Custódio de Portugal.

Haja respeitinho nas Necessidades e arredores (sobretudo nas embaixadas acreditadas em Portugal, e então na da China que é tão distraída como o Instituto Camões nestas coisas de anjos) pois o Anjo Custódio vem de longe – por força de devoção muito antiga, D. Manuel I solicitou, em 1504, ao papa Leão X a festa do anjo protector do Reino de Portugal (na foto, num calcário de 1518, tal como está no Museu Machado de Castro, em Coimbra). Com a autorização papal, a festa passou a ser celebrada anualmente em cada terceiro domingo de Julho.

A devoção pelo Anjo desapareceu praticamente depois do séc. XVII, mas – sim, há sempre um mas em matéria de símbolos – a festa do Anjo Custódio foi restaurada em 1952, tendo sido marcada a sua celebração exactamente para o Dia de Portugal, o 10 de Junho que era o tal Dia da Raça.. E para tal restauração simbólica muito contaram, se é que não foram decisivas, as aparições aos pastorinhos de Fátima em 1916, deste mesmo personagem e intérprete que se apresentou não só como "Anjo de Portugal" – pensa-se que não pronunciou Custódio - , mas também como "Anjo da Paz" e "Anjo da Eucaristia".

NV querem que nada falte ao conselheiro eclesiástico junto da Embaixada de Portugal na Santa Sé, um posto que foi mantido apesar da purga de conselheiros, certamente porque o Anjo Custódio impôs diplomáticos respeitos. Assim o embaixador Rocha Páris fica com todos os argumentos caso os nossos valores não sejam respeitados.

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