Nota: o Consulado-geral de Londres é dos seis maiores consulados portugueses quanto a actos consulares praticados – 42.805 em média nos últimos cinco anos – mas tem menos de metade dos trabalhadores (vinculados) do que os que, por exemplo, tem o Consulado de Versalhes com muito menos actos consulares executados... A receita das Necessidades para Londres foi a de recorrer a tarefeiros sem vínculo e até sem segurança social, tarefeiros que, obviamente, agora se revoltam, possivelmente dando pretexto para a não renovação do contrato. As águias não geram pombas - frase que os romanos davam como boa, mesmos sem tratamento editorial dos ninhos!
Diplomacia portuguesa. Questões da política externa. Razões de estado. Motivos de relações internacionais.
20 março 2006
Bela imagem de Portugal em Londres. Um consulado-geral de apara-lápis
Tratamento editorial. Que os leitores façam o tratamento editorial do que se pode ler AQUI... desde que se leia de alto a baixo. Há muito que os alertas estavam a ser dados para a situação acalentada em Londres, com os trabalhadores contratados a termo certo para o Consulado-Geral - que já chegam a dois terços do total. Algum dia, teria que dar nisto - não é propriamente uma revolta de escravos, mas é uma revolta de gente que algum dia teria a consciência de estar à margem - sobretudo à margem do MNE. Vejam o que foi possível acontecer sob o manto diáfano das Necessidades: uma comissão ad hoc de trabalhores sem vínculo (19 em 30), usados pela máquina e sem que o sindicato lhes possa dar estatutariamente guarida, convoca por escrutínio uma greve de nove dias. É a balbúrdia instalada entre trabalhadores vinculados e tarefeiros, procedimentos e votações, matérias sobre as quais o cônsul-geral deveria dizer alguma coisa a não ser que deseje um torneio medieval entre trabalhadores, enquanto o MNE finge de calado ou se calhar lendo divertido o blogue da feliz ocorrência, à espera que o jogo se decida por si, habituado que está a ficar imune ao número de mortos e feridos em tais pelejas. É uma bela imagem de Portugal em Londres. É uma bonita afirmação da diplomacia consular de Lisboa no Reino Unido. Mais uma tristeza.
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