07 março 2006

Erro de paralaxe. No fio do horizonte...

No Fio do Horizonte, escreve Eduardo Prado Coelho (Público) que DFA:

1 - ... «foi um excelente ministro no início do Governo»

2 - ... «tem vindo a pôr em ordem certos aspectos do seu ministério»

3 - ... «evoluiu claramente para a esquerda, mas mantém uma coerência irreprensível»


Ora,

1 - No início do Governo... quem não foi excelente? E alguém disse que DFA não foi até a boa surpresa nesse início?

2 - O que é isso de «pôr em ordem certos aspectos» das Necessidades? Certos? Quais? A inspecção diplomática? O perfil moral de colaboradores directos seus? A novela dos conselheiros? O fim do tráfico de influências ou das cunhas? A questão dos portugueses na Holanda? O FRI e as despesas classificadas? Os direitos humanos em Angola? Cabinda? As faltas às reuniões europeias? Aquele discurso dos cueiros e do topete de um acerto de contas entre PP e DFA que é lá com eles? O ter dito à Europa que não foi à última reunião para preparar a interpelação parlamentar para depois, nessa mesma interpelação, fugir ao debate dos temas da política externa, remetendo o próprio Vera Jardim para uma reunião de comissão?

3 - Um MNE apenas é excelente ou pode ser excelente quando evolui «claramente para a esquerda»? A política ou políticas de Negócios Estrangeiros, dos Assuntos Europeus, das Comunidades, enfim, a actividade diplomática em geral só é excelente ou apenas é excelente com tal evolução do seu principal protagonista? Neste método de avaliação não haverá um erro de paralaxe?

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