10 abril 2006

Dos Notadores. Carreira. "Como no Século XVIII ..."

De "A Diplomata".

"O seu post de ontem tem um voto piedoso que eu subscrevo (transparência nas colocações) mas contém também um erro: não existe nenhuma regra escrita que obrigue, quem vem de um posto A, a ir para um posto C.

"Existirá (dirão alguns, para despistar) uma prática costumeira, mas que se aplica a uns e não a outros (se não, pegue V. nos CV dos "notáveis" da casa - a começar pelo SG - e veja lá quantos postos C eles já fizeram...

"Caro NV, a realidade dos factos é a seguinte: cada vaz que há um concurso para, digamos, 30 adidos, 20 são "cooptações" (parentes e amigos de diplomatas, com mais ou menos mérito) e 10 são os outros, a quem é dado o prazer e a honra (por exclusivo merecimento próprio, assinale-se) de se juntar aos bem-nascidos, e que são supostos ir para onde os primeiros não querem ir...

"A ausência de regras facilita tudo: os bem-nascidos saltitam de A em A (com eventualmente um C, mas como chefes de posto) enquanto os outros vão para C's e depois são premiados com um A... consular, que é coisa indigna para filho de Embaixador...

"Permite-me um conselho, caro NV: leia bem, com olhos de ler, o Anuário e cônjugue apelidos com perfis de carreira: está lá tudo!

"Conclusão: a carreira diplomática é um serviço privatizado (desde há muito, de resto) da administração central: o contribuinte paga, e os nobres escolhidos divertem-se - tal como no século XVIII...


NV: o nosso "erro" foi para suavizar.

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