A verdade de Joaquim Brandão. Em 20 de Feverreiro, Notas Verbais divulgaram correctamente que o ainda então conselheiro jurídico da Embaixada de Portugal em Madrid, Joaquim Brandão, um dos “exonerados”, iria ser recolocado na REPER/Bruxelas... Carneiro Jacinto, pouco depois, a propósito desse e de outros casos, emitiu o célebre “esclarecimento” que nada esclareceu (a não ser a sua “auto-exoneração” do cargo na Embaixada em Paris que afinal mantinha e pelo qual foi confortavelmente pago à tabela, dando vida à expressão Paris-em-Lisboa), fez desmentidos que nada desmentiram, mas, a propósito de Joaquim Brandão, deixou ficar manhosamente no escrito oficial apenas que o conselheiro jurídico em Madrid «regressa a Lisboa», como se o regressar fosse o suficiente para desmentir.
Ora, está sabido, Joaquim Brandão vai ocupar um cargo de “conselheiro técnico” para ele talhado na REPER, altamente remunerado e de topo. O que, a 20 de Fevereiro, em Notas Verbais se afirmou, era então a verdade previsível, é hoje a verdade confirmada. E fica por aqui apenas este breve reparo.
Naturalmente que o Governo tem toda a legitimidade para nomear quem bem entenda, e de criar o cargo ou função que julgue necessário, independentemente do nomeado se chamar Joaquim Brandão e deste ter sido exonerado de Madrid. Como também, amanhã ou depois, este mesmo Governo poderá com igual legitimidade nomear Carneiro Jacinto para conselheiro em Roma, independentemente da sua recente auto-exoneração de Paris em Lisboa, do reconhecimento da sua folha de serviços em Belém (olim), e, em função dessa folha, da convenientemente discreta passagem pelo ICEP ou mesmo por Washington – enfim, aquilo a que se chama uma brilhante carreira que nada faria todavia prever que privilegiasse Notas Verbais com o tratamento de obstáculo sedicioso à glória.
Não é isso, a nomeação de Joaquim Brandão para a REPER, que se discute. Nem sequer se discute Carneiro Jacinto que, vendo bem as coisas, não tem substância passível de discussão num breve reparo como este. Porque vai haver o preparo. Num dos próximos dias. É que Carneiro Jacinto já brincou demais com a probidade e com a honestidade de quem nada tem a esconder.
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