Até agora. A diplomacia portuguesa, até agora e pelo que se sabe, fez por Timor o seguinte: declarações do MNE sobre as referidas interferências da Austrália; o envio de uma força policial da GNR de 150 elementos; a promoção de uma reunião extraordinária ministerial da CPLP sem significado; uma referência cinzenta ao caso por Ivo Cruz perante o novo Conselho dos Direitos Humanos, a insistir no refrão da «reconciliação» quando desde há muito se sabe que o problema de Timor não é esse, mas o de simplesmente não ter tido tempo, ajuda e até disposição para ser Estado, embora tenha actores que representem papéis como figuras de Estado - aliás quase todos os mesmissimos actores de 1975, quando a representação teve os resultados que se sabem, porquanto os indonésios não actuaram sem apoio de cena.
É bem possível que Freitas do Amaral, para além da carta que, substituindo-se a Sócrates, endereçou a Kofi Annan, esteja a fazer algo nos bastidores, com enormissima discrição e total recato. É bem possível, mas tal como a questão de Timor está a evoluir, o absoluto recato é a pior ajuda da acção diplomática, se é que haja alguma acção que se possa designar por diplomática, alguma iniciativa conduzida inteligentemente, que não entre na área da interferência directa mas que também não se confunda com displicentes descargos de consciência oportunisticamente moral como aconteceu em todo o caso de Angola.
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