29 julho 2006

Confessionário sindical. Um pecado mortal e outro venial...

Ajoelhados. Se os decisores das Necessidades fossem padres, o Sindicato dos Trabalhadores Consulares e das Missões Diplomáticas, depois do símbolo sagrado, começariam por dizer, no confessionário improvisado na Cozinha Velha:

- Senhor padre, no momento em que o Governo aprova o “Programa Legislar Melhor”, fomos brindados com o DL nº 97/2006 e com a Portaria 640/2006 onde, ignorando o Estatuto Profissional do Pessoal dos Serviços Externos, o Governo regressa “ao antigamente” designando os funcionários e os contratados em serviço na REPER de “assalariados”...

Ouvido isto, o padre benzeu-se e disse: - «Isso é um pecado mortal!». E continuou a confissão:

- Mas a Portaria, senhor padre, ainda acrescenta que o seu número é limitado a 47, quando o Estatuto aprovado pelo DL 444/99 estipula a existência de dois “quadros únicos” – vinculação e contratação – cujos efectivos podem ser livremente geridos por despacho de afectação ao Serviço Externo que for julgado necessário reforçar!

«Pecado venial! Pecado venial, mas grave!» - exarou o padre das Necessidades, convidando o sindicato à resignação e à aceitação das fraquezas humanas, ao que o penitente retorquiu:

- Que resignação senhor padre? É que esta exibição de Legislar Pior deverá ter como objectivo desqualificar os trabalhadores ali em serviço – dos quais 41 são funcionários públicos – e esconder as reais intenções de conceder mais regalias e mais lugares de nível superior, fingindo estar a poupar no pessoal dos Serviços Externos...

E o capelão das Necessidades: - «Mas, meu filho, acalmai-vos! Não esgoteis o diálogo, falai com quem tem ouvidos e aguardai uma palavra de quem tem boca! Não façais confusão entre quem esteve com quem está!»

- Fizemos isso, senhor padre, o STCDE já requereu, junto dos Ministros responsáveis, a correcção daqueles dois diplomas legais.

«Então confiai meu filho! Confiai em que esta política sendo a mesma não seja igual. Ide em paz e confessai-vos dentro de oito dias. Sede persistentes na vossa fé!»

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