Alvo falhado. Luís Fonseca, secretário-geral da CPLP, para refira os argumentos de ineficácia da organização, diz que a organização não é «uma mini-ONU» e invoca os «objectivos claros» do agrupamento. Desconhecemos quem terá reclamado, algum dia, que a CPLP seja igual à ONU, metade dela ou pequena porção. Mas já conhecemos muitos diplomatas que observam que, dentro da ONU, a CPLP pouco tem feito, está longe de fazer o que podia já ter feito em matéria da reclamada, reclamadissima, visibilidade internacional – a CPLP em Nova Iorque, quando aparece, aparece sem garra, pífia, com discurso sem substância mas cheio de redundâncias, sem convicção e, sobretudo, com alguns dos seus membros a oscilar por difusos compromissos que pouco têm a ver com os tais «objectivos claros» mas que, nem uma nem duas vezes, denunciam não tanto o coração mas a carteira do lado da francofonia, da China/Taipé, de sonhos imperiais africanos e já agora, quanto ao Brasil, pelas curvas que tem dado entre o medo de não liderar o Mercosul, de perder ou ganhar com a ALCA, de dar prioridade ao diálogo- Sul-Sul que esconde a prioridade aos entendimentos bilaterais, e com tudo isto, destinando a CPLP uma declinação no horizonte, designadamente quanto ao traço de união que estatutariamente é a língua mas contra a qual alguns parecem estar em permanente atitude de excepção sediciosa mas que abertamente não assumem.
Estão está, por exemplo, a assumpção dos tais «objectivos claros», por parte dos membros africanos quanto ao Tribunal Penal Internacional? Este é apenas um exemplo, há outros, como os da liberdade de expressão, dos direitos humanos e dos direitos civis e políticos. Naturalmente que, a generalidade dos que criticam a CPLP pela sua ineficácia, não o fazem porque a organização não seja uma «mini-ONU» ou não possa tomar a iniciativa de «missões de paz». Ninguém exigiu à CPLP que tenha uma força demanutenção de paz ou uma força de imposição de paz, mesmo quando se justificaria. Criticam-na pela falta de interesse de alguns dos seus membros pela «concertação diplomática», sobretudo quando a concertação poria em crise práticas internas que estão em contradição com os tais «objectivos claros», resultando daqui que sendo a CPLP ineficaz nos objectivos, também não pode ter visibilidade internacional.
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