Diplomacia portuguesa. Questões da política externa. Razões de estado. Motivos de relações internacionais.
15 setembro 2006
MNE mais off... ... que on
Outorgas. Naturalmente que a política externa dispensa comício constante e até será razoável que não seja tratada como matéria de comício, nem a diplomacia deve estar na rua, depender da gritaria da travessa ou das pressões do beco, e muito menos actuar conforme o ajuntamento na praça. Mas isso não significa que a política externa não tenha que ser clara, clarificar-se com os acontecimentos e sobretudo acontecer - uma política externa que não acontece para além da estafada invocação das linhas gerais do programa de Governo, é óbvio que pode ser política mas externa é que não é. E a acção diplomática, se bem que tenha muito de segredo de Estado e deva andar de braço dado com o sigilo, não é toda nem sequer na maior parte segredo de Estado e muito menos obriga o sigilo ao celibato e ao retiro na Cartuxa de Évora. A acção diplomática que, por conveniência política, receio dos efeitos ou vergonha das causas, fuja dos cidadãos a quem diz respeito, poderá ser tudo menos acção, será inacção e torna preguiçosa a soberania de um Estado que por natureza e história já é inerte e vocacionado para outorgas. Vem isto a propósito das Necessidades estarem mais off que on. Houve um fogacho, a propósito da UE-Médio Oriente, pouco mais, ou mesmo nada mais de relevante, além de manifestas outorgas.
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