17 outubro 2006

Chile demarca-se da Venezuela. Dois episódios determinantes

Redutor. Dizer-se que este filme da Assembleia Geral sobre Guatemala/Venezuela, é apenas e só um despique entre Chávez e Bush, é simplificar a questão, reduzir a questão. É também isso, mas não é apenas isso. E no que diz respeito aos votos da própria América Latina, o filme está longe de ser exactamente isso. Foi determinante a retirada do apoio do Chile às pretensões de Caracas, garantido até há pouco e com entusiasmo por Michelle Bachelet, numa sintonia política com Chávez que não andava muito longe da expectativa estratégica de uma ajuda venezuelana em petróleo para debelar a crise energética chilena. A sintonia esboroou-se com dois episódios. Primeiro, Caracas não retirou com prontidão o seu embaixador em Santiago quando este acusou o PDC - fundamental na coligação do governo chileno - de ter apoiado o golpe de estado fracassado na Venezuela. Depois, episódio determinante, o Chile não se conformou com o facto de Chávez ter financiado a construção da base militar que a Bolívia ergueu na fronteira com o Chile...

O preço dos episódios viu-se ontem: o Chile votou na ONU contra a Venezuela, e certamente arrastou outros votos. Nem tudo é Bush, e interpretar a votação para o Conselho de Segurança apenas como um depique de Chávez contra Bush, é redutor.

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