23 outubro 2006

Dia da ONU para o dia seguinte. Porque o عيد الفطر tem prioridade

MNE, uma Notazita! 24 de Outubro, como sempre, o Dia da ONU que marca no calendário a entrada em vigor da Carta das Nações Unidas (precisamente 24 de Outubro de 1945). Mas este ano, o 24 passa para 25, por atenção especial ao mundo islâmico que, a 24 celebra a festa do Aïd el-Fitr (em árabe, عيد الفطر , que nada falte ao embaixador do Irão em Lisboa!). Aïd significa festa e Fitr lsignifica fim – assinala o fim do Ramadão, mês de jejum e orações, e portanto é o primeiro dia do mês de shawwal. E as Nações Unidas, pelo عيد الفطر fazem também feriado. E mais pelo feriado do عيد الفطر (terça-feira) e pelo feriado de quarta, para o qual, na sede da ONU, por conveniência e respeito pelos símbolos sagrados, foi remetido o Dia das Nações Unidas, é que o filme Guatemala-Venezuela foi adiado para quinta-feira, com Caracas a deixar porta entreaberta para uma solução de consenso – ou seja, nem eu, nem tu, mas uma terceira hipótese…

E o nosso MNE lembrar-se-á de celebrar o Dia da ONU, nem que seja com uma notazita? É tarde para um concertozito, uma palestrazinha, ou mesmo uma exposiçãozita, mas um comunicadozito já alegraria a nossa costela do multilateralismo pelo qual, segundo ainda consta, o programa de Governo fez profissão de fé… A não ser que o عيد الفطر também seja feriado em Lisboa.

A propósito, a Grécia, melhor dito – a Fundação Onassis, protagoniza este ano, em Nova Iorque, o Dia da ONU, com música e poesia. Concerto no anfiteatro da Assembleia Geral com a Orquestra Sinfínica da Grécia (62 músicos), e poemas de Odysseas Elytis (Nobel de literatura, 1979, na foto), de Georges Seferis, (Nobel de literatura, 1963) e de C.P. Cavafy. Poemas colados à música pelos compositores Manos Hadjidakis, Mikis Theodorakis, Spyros Samaras, Dimitris Laghios et Dimitris Papadimitriou. O Embaixador João Salgueiro é um homem com sorte.

Enquanto isto, na sede da ONU, uma exposição (organizada pelos gregos) sobre a mitologia e história da oliveira no mundo mediterrâneo e na cultura grega, pelo que, azeite Galo, Oliveira da Serra e de Moura - ex-libris dos fundalhos da nossa diplomacia comercial - ficam de fora.

Sem comentários: