É claro. Os eurodeputados, não se sabe bem porquê, começam a ficar “activos”. É verdade que, alguns, contam-se pelos dedos, desde que foram eleitos, nunca deixaram de aparecer ou, pelo menos, de permitir que fossem e sejam vistos – em páginas pessoais na net, em audições públicas por isto ou por aquilo mas sempre por isso, e de vez em quando a pretexto de justificado protagonismo no cruzamento de preocupações europeus com as respectivas repercussões domésticas, como foi o caso dos voos secretos, do leite açoriano... temas justificados. Mas agora é que é surgir na ribalta ou procurar surgir!
Seja a propósito da altíssima responsabilidade cometida para um parecer dos confins de uma sub-comissão sobre o parecer da comissão relativo ao relatório proposto da comissão a sério; seja a propósito da campanha “não toquem no meu carteiro”; seja pelos convites a tribos da imprensa regional; seja em “visitas de estudo” a locais com problemas ou a problemas para os quais se tem que descobrir local que provoque impacto; seja em artigos, agora, é agora que os eurodeputados começam a ficar “activos”, mesmo aqueles de quem toda a gente já se tinha esquecido embora poucos se lembram vagamente. E tem que ser agora porque é agora que as próximas listas começam a ser moldadas.
E aí temos Silva Peneda a fazer a síntese das previsões da evolução económica da UE e Portugal.
Silva Peneda sabe que os portugueses, por via da pedagogia do futebol - aliás a sua quase única instrução pública embora sem Ministério - são altamente sensíveis a classificações, tabelas e descidas de pontuação, até percebem disto melhor que checos e estónios.
Poderia o País estar todo na maior penúria do mundo que, nos dez milhões menos dois, ninguém se importaria com tal penúria, nem a penúria seria desastre nacional. Todavia, se algum dia por acaso, dois milionários nacionais descessem dois pontos na escala das fortunas mundiais da Fortune ou da Forbes, este dramático desaire abrisse telejornais com a Forbes e desse manchete a dois jornais (dois bastam) com a Fortune, então, sim, Portugal cairia na desgraça irremediável, e os mesmissimos portugueses da penúria estariam dispostos a entrar em jejum pelos dias que fossem necessários para que os dois subissem na classificação, não se estranhando até peregrinação especial a Fátima. É para esta mesma gente que Silva Peneda garante que Portugal vai descer na tabela, quando na verdade os outros é que subiram – se a República Checa tivesse por vizinha a Espanha vírgula e não a Alemanha reticências complete a frase se faz favor Silva Peneda ponto final parágrafo
Diplomacia portuguesa. Questões da política externa. Razões de estado. Motivos de relações internacionais.
18 novembro 2006
Argumentário 14.43 Silva Peneda. Mas, checos e estónios não podem subir?
Cartilha. Em pontuação João de Deus não faria melhor vírgula mas segundo a cartilha de Silva Peneda vírgula cuidado ministros extraordinários e plenipotenciários vírgula Depois de seis anos consecutivos a perder terreno vírgula Portugal vai descer do 17.º lugar para a 19.ª posição entre os Vinte e Cinco ponto Em dois anos vírgula Portugal será ultrapassado pela República Checa e pela Estónia ponto Atrás ficarão apenas a Polónia vírgula a Letónia vírgula vírgula a Hungria vírgula a Eslováquia e Malta ponto final parágrafo
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