Renato Marques. Quem tem seguido NV, naturalmente que há muito já se apercebeu de que aquilo que se atribui aos corredores, aos corredores pertencem - vamos registando esse estado de espírito que tanto paira como deixa de pairar. Vem isto a propósito de Renato Marques, Director-geral de Administração e do que demos conta até metade do corredor. Só que, indo até ao final da passadeira, não é que mesmo junto daquela janela das confidências estava alguém, cotadissimo na craveira e de insuspeita verticalidade, a dizer das boas contra a vidraça? E que dizia? Isto:
- É claro que há muita gente nas Necessidades que está morta por se ver livre do Renato Marques. Nada que espante: é apenas o regresso da pressão corporativa para recuperar o lugar para um qualquer Ministro Plenipotenciário de indizível classe, saído de um "cu de Judas" qualquer e que ninguém sabe onde há-de colocar, do qual, aliás, dentro de meses, todos passarão a dizer cobras e lagartos, na velha escola de "saco de víboras" que faz parte da cultura ancestral do MNE.
Depois deste solilóquio, NV simularam, como sinal discreto de presença, aquela tosse falsa que o cachimbo outorga, mas o diplomata sem a mínima perturbação voz, continuou agora olhando de frente:
- Renato Marques foi um excelente Director-Geral da Administração, dos melhores que passou pelo 4º andar, mas a "carreira" rejeita estranhos, principalmente "das Finanças" e prefere a sua mediocridade caseira... É por essas e por outras que a carreira diplomática tem hoje o prestígio que tem, isto é, muito pouco. Tem apenas o que merece.
E é o que iremos verificar.
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