06 dezembro 2006

Listas do MNE. Não é questão do grande público. Mas é serviço público, noção perdida...

Brincadeira com coisa séria. Para ficar o remetente completo, a Direcção de Serviços de Administração Patrimonial da Departamento Geral de Administração da Secretaria Geral do MNE, enviou aos postos externos nova remessa de listas (16:23, ontem, dia 5), com breve explicatória: «Por lapso e erro informático não foram incluídos na lista enviada ontem os dados de alguns postos. Pedimos desculpa e enviamos versão corrigida. Obrigado». Mas o que é isso de lapso e erro informático? É que, mesmo nesta segunda versão alegadamente corrigida, Vasco Bramão Ramos continua em Viena, Chrystêllo Tavares lá prossegue exitoso no vaticano a conspiração contra Rocha Páris, e o Cônsul-geral em Vancouver continua sem residência em Vitória... Incompetência atroz, num Ministério a fazer brincadeiras de computador com assunto sério, como se o ninho da internet e das comunicações electrónicas suportasse ovos de mangas de alpaca - que também põem ovos.

É óbvio que ninguém tem que ensinar ao MNE como é que, de uma vez por todas, higieniza, normaliza, rectifica e põe a limpo a lista de contactos dos Serviços Externos que não é um segredo de Estado, não é sequer um código de exclusivo uso interno. Trata-se efectivamente de um serviço público e que publicamente deve ser disponibilizado com segurança - universidades, empresários, jornalistas, chancelarias estrangeiras, emigrantes, turistas... a toda a hora podem necessiatr de uma indicação segura. Ora, a listagem constante no site oficial do MNE, em grande parte está desactualizada, sobretudo em matéria de endereços web, endereços electrónicos das missões e postos, nomes de responsáveis; separadamente, as listagens dos consulados disponibilizadas pela porta da Secretaria de Estado das Comunidades, ainda assim estão razoavelmente aferidas, mas incompletas, e então para se descobrir os consulados honorários é como procurar agulhas no palheiro. Valem para o caso, alguns poucos sites autónomos de missões e consulados, uns bons, outros péssimos, e, para assuntos específicos, por outra via ainda, os dados disponibilizados pelo ICEP ou pelo Camões. Portanto, uma coisa por aqui, mal; outra por ali, incompleta; outra por acoli, complicada... tudo disperso.

Já aqui temos assinalado que o Palácio das Necessidades, desde há muito, tem um grave problema de comunicação interna - um problema de comunicação. Poucas são as chancelarias por esse mundo com as quais a de Portugal tinha pelo menos a obrigação de ombrear, que revelam a incapacidade de gerir o caos como os serviços centrais do MNE amiúde revelam, por certo, devido à perda da noção de serviço público.

É claro que, caso haja vontade em resolver a questão, não é por via de uma circular - é, sim, pelo contacto directo com cada posto. Num simples carregar de dedo pode-se hoje endereçar um formulário pensado com cabeça, tronco e membros, simultaneamente para todos os postos - todos. Mas antes disso é preciso delinear o problema, se fazer o plano, meter mãos ao trabalho e cumprir prazos. O que nada tem a ver com brincadeira de computador.

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