E será diplomaticamente saudável que não passasse pela cabeça do embaixador em Bissau, José Paes Moreira, fazer advertências sobre o papel dos delegados de «agências oficiais». Se passasse, o Presidente da Reública não nomearia chefes de missão mas editores, o que em todo o caso não poderia ocorrer por proposta do governo. E quanto a agências «oficiais», não há. Foi assunto arrumado com a extinção do SNI, há 34 anos…
Ora diz a agência noticiosa e até ver não-oficial Lusa, que o primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Martinho N'Dafa Cabi, disse ter «pouca coisa a dizer sobre isso», sendo este isso o pedido de retirada do encarregado da secção consular, Eduardo Rafael, acusado pelos deputados guineense de "tratamento indigno" – a Lusa continua a chamar cônsul, mas é um pormenor não-oficial. O PM guineense disse isso no final de um encontro com o presidente Nino Vieira.
"Se houver problemas devem ser resolvidos por meios próprios. Resolvidos pelas entidades próprias guineenses e portuguesas", acrescentou Martinho Cabi, que passa assim ao lado da insólita MNE guineense dos Quinze-Dias-a-Cravinho.
- É que o caso não é complicado, é apenas melindroso, pelo que até Carolina Salgado, com a sua consabida experiência, seria capaz de fazer um relatório sobre o que se passou em Bissau. Muito do que os deputados imputam a Eduardo Rafael terá a ver com outra personagem e também com outras personagens, e no resto que deviam delegar e não delegaram, há guineenses que não podem dizer que não pretenderam caçar macacos com cabaça. Teria sido melhor terem estado calados e aguardarem que os problemas sejam resolvidos pelos meios próprios «pelas entidades próprias guineenses e portuguesas», como sensatamente Martinho Cabi, acautelou.
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