É preciso haver um secretário de estado que se chama António Braga para que o estado deixe de ver as comunidades portuguesas por um canudo. Está anunciada a crição do Observatório para a Emigração (parceria a protocolar com o Instituto de Ciências Sociais, assim, sim) com a finalidade expressa de obter informação credível sobre a realidade da emigração portuguesa - quantificação (oito ou oitenta?), motivações de saída e entrosamento com Portugal. Trata-se de uma iniciativa política que, a ser levada a cabo com rigor (ou quem não seja o parceiro), levará estado e cidadãos a analisarem erros sem justificação para errarem mais.
Até agora, têm desfilado pelo cadeirão das Comunidades proeminentes majestades do provincianismo que não admitem quando erram, e sem contestação política capaz, pois o quadro protestatário acaba por se revelar igualmente como defraudante provincianismo, nestas alternâncias entre comprovados galopins e bons comensais, com choradinho trinado nos intervalos. Como romper o círculo vicioso? Ora aí está uma boa, defensável e esperançosa iniciativa de António Braga. Um observatório sustentado com credibilidade, rigor e apontando para soluções estruturadas, não irá permitir que se fique remoendo os erros, mas que se aprenda a lição - estado e cidadãos. Até agora, a emigração tem sido pesada e avaliada como o tal «à volta de», o «cerca de», mesmo com os de mais autoridade a ressalvarem-se dolorosamente naquele «segundo os dados disponíveis» o que equivale a ter-se visto e a ver-se a emigração por um canudo.
Então, isolemos este considerando do resto. Resto que já é parte do problema, que Braga aceite.
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