19 março 2008

NOTADORES Direitos Humanos...

      «Há uns anos, boicotaram-se os Jogos de Moscovo, por razões políticas, hoje quem da UE, ou EUA se atreve a tal, com a China actual?»
Do Notador Mosquito, deveras descrente:

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    Isto de Direitos Humanos, quer no que respeita à UE, ou outros "defensores" da questão, é sempre relativo. O velho Marx tinha razão quando, por essa altura, dizia que a superestructura económica influenciava a superestructura política e a determinava. Na realidade, quando vemos países como a ALE, FRA, RU e outros, aqui no "Burgo" europeu, a terem uma posição que é mais do que "cautelosa", esse eufemismo que encobre a cobardia política e, sobretudo, o medo de ver os interesses económicos atingidos, temos de dar razão ao autor de "O Capital". Com isto não se pretende defender princípios políticos, neste caso de esquerda (como poderiam ser de direita) mas, tão só, de alertar para o óvbio. Portugal tem os seus, pequenos, mas para a nossa dimensão, importantes interesses em Angola. E se amanhã sucederem violações dos Direitos Humanos naquele país, que mereçam a atenção do Mundo, a nossa reacção vai ser, também, de expectativa, critica distanciada (se a houver), muito silêncio à mistura e cuidado no comentário publico, oficial. Como tem sido desde há uns anos a esta parte. O ex-Iraque de Sadham Hussein, o Ruanda, a RDC, a ex-Sérvia de Milosovich, por exemplo, se se atreverem, ou quando se atreveram, a pisar o risco dos DH, temos/tivemos uma coligação mundial, com aquela vetusta Organização Multilareral, a ONU, a gritar aos sete-ventos que houve violação e a apoiar uma intervenção militar, ou propor uma série de sanções económicas e diplomáticas.
    Em resumo, a UE (nós incluidos) não tem, nem nunca terá uma política consequente relativamente aos DH, pela simples razão que eles não contam. O que importa é não pôr em causa os interesses económicos. Acima de tudo. É isso, e só isso que é relevante. E, no Verão, lá estaremos todos nos Jogos Olimpicos, a participar. Entretanto, a RP da China, nos próximos meses, gradualmente, ver-se-á livre da oposição tibetana (de forma "higiénica", sem deixar traços, ainda que não possa evitar as imagens globais dos "media"), com o conluio e o virar de cabeça da UE, EUA (estes reféns de Pequim, que hoje tem biliões de USD nas suas reservas e com investimentos em vários sectores chave norte-americanos). Há uns anos, boicotaram-se os Jogos de Moscovo, por razões políticas, hoje quem da UE, ou EUA se atreve a tal, com a China actual?

    Enfim, a política dos DH da UE e do Ocidente é uma farsa, não é para levar a sério.

    O Mosquito

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