16 julho 2008

Conselho Diplomático. No meio disto, o que é?

QUESTÃO DE PRIMA-IRMÃ Os militares têm o Estado Maior, os juízes têm o Conselho Superior, os bispos têm a Conferência Episcopal e os diplomatas têm o Conselho Diplomático.

Ora acontece que os militares fazem a guerra que é declarada (não por eles), mantém a paz desejada (por todos nós) e cumprem umas comissões no estrangeiro, rotativamente pelos três ramos em função de algum distributivo proveito sobretudo em dólares, e entram em esporádicas expedições em alinhamento com a civilização cuja conveniência é a política que determina e não as armas; os juízes julgam em conformidade quando a lei prevê, e segundo e conforme quando a lei não prevê ou tem porta aberta a contornos, havendo o tal conselho para avaliar as conformidades, o exagero dos contornos e o escândalo de a Justiça poder ter saia demasiado larga e dar nas vistas; os bispos gerem a extraterritorialidade da fé na tal conferência, mas sempre limitados pela infabilidade de Roma, pelo que apenas se metem com as coisas do estado quando entendem que as coisas deste devem ir à confissão; e os diplomatas que representam o estado, protegem o estado, informam o estado, promovem o estado, protegem o estado e asseguram as extensões externas do serviço público - portanto, exercem amiúde funções de soberania - têm o seu Conselho Diplomático, por lei órgão do MNE, mas obviamente não é um estado maior como aquele que é garante de estratégia, táctica e logística militar, não se assemelha ao tal outro conselho superior que, na pirâmide do Supremo Tribunal, é garante da independência da máquina de um órgão de soberania, e, naturalmente que também não é uma conferência episcopal, porquanto é impensável que os directores-gerais das Necessidades sejam bispos e o secretário-geral do MNE seja um arcebispo ou cardeal, além de que não é eleito pelos pares submetidos à mesma infabilidade como na conferência prima-irmã de corporação.

Ora, o Conselho Diplomático, no meio disto, o que é, o que deve fazer e até que ponto pode ou deve ir? Bom tema para estes dias.

Está criada um etiqueta,
sinal de que há tema para Fernando Neves, por uns poucos tempos,
e para Vasco Valente que se lhe segue.

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