09 outubro 2008

Gibraltar, Londres-Madrid Troca de galhardetes na ONU

Porque Gibraltar que é a Olivença dos espanhóis…
É aconselhável que, por enquanto, assistamos. E não se perca uma


Na Comissão da AG/ONU para as Questões Políticas Especiais e para a descolonização, ontem, em Nova Iorque.

  1. O representante espanhol na ONU, Juan Yáñez-Barnuevo acaba de lamentar em Nova Iorque, a «situação colonial de Gibraltar» que mina a unidade nacional e territorial da Espanha. Confirmou que as negociações de Madrid com Londres sobre o futuro estatuto do território estão paralisadas desde a última reunião bilateral em 2002, pelo que «a situação colonial de Gibraltar continua», a discussão do estatuto do território continua na ordem do dia entre as duas capitais e, assim sendo, não podem ser aplicadas as regras da autodeterminação.

  2. Peter Caruana, chefe do governo de Gibraltar, contra-argumentou que o território tem um novo estatuto de autonomia (no quadro do Reino Unido, e por conseguinte no âmbito da UE), estatuto esse aprovado por referendo em 2006, e impacientou-se ao lembrar, com isso, que a questão de Gibraltar não é um caso de descolonização, pedindo expressamente que o território seja retirado desde já da lista dos territórios não autónomos da ONU. Com o novo estatuto referendado, segundo Caruana, a relação Gibraltar-Londres não pode ser definida como colonial, pois o referendo sobre o estatuto mais não foi do que um acto de autodeterminação do povo de Gibraltar, e com a grande autonomia de que dispõe, com ele próprio, chefe do governo a ter plenos poderes, tratou-se de um modelo de independência. «Gibraltar não pertence à Espanha», disse e «a descolonização nascente» de Gibraltar deve ser reconhecida pela ONU.

  3. Joe Bossano, líder da oposição em Gibraltar, falou a seguir. Bossano recusou a reivindicação territorial de Espanha sobre Gibraltar que há 304 anos está fora da soberania espanhola por força do Tratado de Utreque (1713), e, discordando até de Londres, foi mais além do que Caruana, com a afirmação de que a descolonização ainda não aconteceu no território. Mais: «Ninguém no território quer discutir com Espanha ou deixa permitir que o Reino Unido discuta com Espanha a transferência de qualquer fracção da soberania de Gibraltar, pois nã daremos à Espanha um único grão de terra da nossa pátria».

  4. No final, o direito de resposta britânico, sem réplica espanhola

      Pois, o representante britânico nas Nações Unidas, não fez intervenção mas apenas usou o direito de resposta para dizer o essencial do recado: que há «uma relação moderna» entre Gibraltar e o Reino Unido a qual não pode ser classificada como uma relação colonial, pelo que o governo de Sua Majestade não se envolverá em qualquer processo de negociações (com Madrid) que não satisfaça Gibraltar.

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