- - É das Notas? Há um espaçozinho para dizer uma coisinha?
- - Mas, Frei Bermudas, o que lhe deu para falar agora com inhos e inhas?
- - Não leve a mal, é só para amaciar o diálogo. Aliás os embaixadores aqui no Vaticano há muito que têm por hábito não pronunciar comida mas comidinha, trabalho mas trabalhinho, Necessidades mas Necessidadezinhas... Fui nessa onda. Mas olhe, o que me leva a telefonar é que aconteceu aqui na Santa Sé uma coisa muito curiosa. O papa optou pela energia solar para o aquecimento do Vaticano, o que significa que há que ter fé no sol e confiança em que a terra, no entanto, se mova!
- - Mas o que é que isso tem a ver com diplomacia, política externa e questões de estado?
- - Tem tudo. A decisão foi anunciada como prova de que o estado do Vaticano protege o ambiente. A cerimónia da inauguração da instalação fotovoltaica da Sala Paulo VI está marcada para amanhã, na Casina Pio IV dos jardins do Vaticano, sede da Academia Pontifícia das Ciências, com o presidente da governação autárquiaca da Cidade do Vaticano, cardeal Giovanni Lajolo, bem acompanhado: Frank Asbeck, presidente da Solar World AG, e Carlo Rubbia, prémio Nobel da Física. Ponha ao lado uma foto da Casina para se ter uma ideia disso!
- - Quer isso dizer que o Vaticano não adquiriu tecnologia portuguesa, se não aí teríamos o ministro Pinho na Casina Pio IV...
- - Presumo que não. A diplomacia económica portuguesa ainda não actua bem no Vaticano.
- - Pode descrever como é que o Vaticano ainda tem espaço para uma instalação fotovoltaica, ou é milagre?
- - Nenhum milagre. A instalação dos painéis solares foi feita sobre o tecto da grande sala de audiências do papa. E são 2.400 módulos que substituiram a antiga estrutura de forma imperceptível, protegendo a obra-prima de Pier Luigi Nervi. Ponha aí ao lado, uma foto da sala, mesmo que pequena para se ter uma ideia disso. E é tudo por hoje, que já é muito pois o aquecimento do Vaticano deixou de ser por velas!
- - Velazinhas, Frei Bermudas!
- - Ou isso, velazinhas. Ah, ah, ah, santo deus!
- - Mas, Frei Bermudas, o que lhe deu para falar agora com inhos e inhas?
Diplomacia portuguesa. Questões da política externa. Razões de estado. Motivos de relações internacionais.
25 novembro 2008
Vaticano. È Alô, Frei Bermudas!
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