Lemos umas declarações sobre a eventualidade de "nomeações políticas" para funções normalmente exercidas por quem está e segue na carreira diplomática. Naturalmente que a carreira não devia ser, como tem sido, um condomínio fechado, um reduto corporativo de gente que se julga eleita e que faz desse privilégio uma moeda de troca entre imunidade e impunidade. Mas, enfim, aceita-se que o estado ao investir na formação de um diplomata (feitas as contas, não investe pouco) espere desse funcionário especial rigor, competência e conduta exemplar em função daquelas tais virtudes exigíveis para a imagem e credibilidade expeterior do mesmo estado. Daí que todas as nomeações, mesmo dentro da carreira, acabem por ser "políticas" quando são relevadas para segundo plano as conveniências pessoais dos funcionários, conveniências tais que, nem uma vez nem duas porque às vezes ditam a regra, movem o êmbolo do tráfico de influências, das pressões de grupo e das cumplicidades das famílias políticas.
Em todo o caso é passível de discussão se numa democracia em que impere o escrutínio serão benéficas ou não as nomeações de gente estranha à carreira, desde que devidamente justificadas, melhor, politicamente incontornáveis se a "máquina" se revelar ferrugenta.
O que repugna é que haja diplomatas que defendam posições corporativas apenas por ressaibo pessoal, ressentimento sem justa causa ou ameaça por saber que outros sabem o que não pode ser dito por aquilo que se sabe.
Assunto para continuar.
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