30 setembro 2009

Não foi Eça?

Pois que lições moral, quais grandes considerandos, que pensamentos trabalhosos de escrever e entender podem servir este país ou qualquer gente deste país melhor que a ironia? Não foi Eça que chegou a conclusão semelhante?

É que pode-se dizer a um ministro uma verdade sentida, com total sinceridade e com ar sério, que o ministro se ri de quem isso diz parecendo até tal riso um cumprimento educado; pode-se alertar ligeiramente o presidente que tem um problema de estilo e, depois com ar mais grave, que tem um problema de concatenação, que o presidente mais ríspido ficará, sendo a solução calarmo-nos para o presidente não ficar agressivo a ponto de nos riscar da lista de todos os portugueses; pode-se enviar, enfim, um contributo ao governo todo, sem o receio de que a crítica fundada pague imposto desmedido ou tenha que respeitar novas fronteiras, que o governo, como o tal ministro, rirá em conselho e nada da crítica deixará sinais por entre as resoluções aprovadas.

Apenas com a ironia é que todos esses não dormirão descansados, ou a ironia não se torne, no meio do sono, em pesadelo para quem dorme...

Sem comentários: