Pois que lições moral, quais grandes considerandos, que pensamentos trabalhosos de escrever e entender podem servir este país ou qualquer gente deste país melhor que a ironia? Não foi Eça que chegou a conclusão semelhante?
É que pode-se dizer a um ministro uma verdade sentida, com total sinceridade e com ar sério, que o ministro se ri de quem isso diz parecendo até tal riso um cumprimento educado; pode-se alertar ligeiramente o presidente que tem um problema de estilo e, depois com ar mais grave, que tem um problema de concatenação, que o presidente mais ríspido ficará, sendo a solução calarmo-nos para o presidente não ficar agressivo a ponto de nos riscar da lista de todos os portugueses; pode-se enviar, enfim, um contributo ao governo todo, sem o receio de que a crítica fundada pague imposto desmedido ou tenha que respeitar novas fronteiras, que o governo, como o tal ministro, rirá em conselho e nada da crítica deixará sinais por entre as resoluções aprovadas.
Apenas com a ironia é que todos esses não dormirão descansados, ou a ironia não se torne, no meio do sono, em pesadelo para quem dorme...
Diplomacia portuguesa. Questões da política externa. Razões de estado. Motivos de relações internacionais.
30 setembro 2009
Não foi Eça?
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