27 setembro 2009

O Vaticano como quase sempre

    Vista pastoral ou de estado, para o Vaticano não há diferenças desde que as circunstâncias permitam. Na véspera da partida do papa, a Santa Sé classificou a visita de Bento XVI à República Checa como «visita pastoral» mas pelo que ontem se soube de Praga e hoje se sabe de Brno na Morávia, a visita anda de «pastoral de estado» para «estado de pastoral». Da recepção no emblemático castelo de Hradcany com tudo o que há de político e diplomático na capital checa, à celebração das vésperas na catedral de Praga com todos os bispos, padres, seminaristas, religiosos e leigos consagrados vindos de todo o país, o programa para o Vaticano tanto faz.

    Bento XVI por lá insiste nas raízes cristãs da Europa, e por lá se serve do discurso redondo de que a sua viagem coincide com o 20.º aniversário da Revolução de Veludo e da queda dos regimes totalitários da Europa Central e Oriental - os da Europa Ocidental se calhar até terão sido bons regimes cuja queda nem vale a pena o papa referir alguma vez... O Vaticano está a ser como quase sempre foi. Mas como diria o nosso Frei Bermudas, «Deus não está distraído».

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