04 outubro 2009

Ainda a visita do papa…

Aproveitando esta fase em que a presidência está na mó de baixo, Frei Bento Domingues volta hoje, no Público, à questão do anúncio da visita do papa, pelas suas palavras, «a Portugal e a Fátima», Fátima esta que, então, ou será enclave espanhol ou mais uma região autónoma no Atlântico - já tínhamos a diocese de Leiria e Fátimas, teremos agora a República de Portugal e Fátima.

Frei Bento retoma a «estranheza» e «surpresa» de personalidades da igreja portuguesa pelo anúncio da Presidência da República cuja forma, conteúdo e momento parece ter ferido sensibilidades com D. atrás do nome.

Sobre isto já aqui se disse o essencial: independentemente da duração, há ou haverá um programa oficial da visita, se ou porque esta é oficial e de estado, e haverá um programa de carácter particular, certamente em Fátima ou para Fátima, e que o Estado da Santa Sé pode designar de «visita pastoral» ou como queira mas que já não é de estado.

Além disso, a visita oficial tanto pode ser de dois segundos e a particular de 15 dias como vice-versa que isso não interfere no carácter oficial ou pastoral das partes da visita e que o comunicado da presidência discrimina e bem: não há visitas pastorais à República Portuguesa e seria inaceitável uma visita de estado a Fátima…

Nõa é difícil conjecturar que a igreja teria conveniência e até enorme vontade em que uma visita do papa a esta periferia e que só lhe interessará por incluir Fátima, fosse anunciada como «visita pastoral à República Portuguesa», tal como o Vaticano fez na recente visita à República Checa onde o Menino Jesus de Praga entrou no programa misturado com actos oficiais e recepções de estado.

Ora, em 1967, com Paulo VI, foi a Santa Sé que recusou a mistura que, por essa ocasião e com Tomás à frente, interessaria à República Portuguesa…

Só que este ano de 2009 nada tem a ver com o de 1967. Nem política, nem diplomáticamente e muito menos no contéudo das preces em Fátima.

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