22 outubro 2009

Sim, Senhor Ministro, três dicas

Lá  chegará o momento do comentário (programa de governo, eventuais declarações do ministro antes disso...) que, por ora, ficam apenas três dicas.
  1. Espera-se que o ministro, de uma vez por todas, diga qual é a agenda externa portuguesa - agenda que seja agenda: temas concretos e não coisas vagas ou óbvias, metas a atingir e não confusões entre objectivos genéricos e táctias de curto prazo, calendário razoável e não augúrios, meios utilizáveis e não de discurso no modo condicional, e sobretudo recursos com realismo e racionalidade.
  2. Espera-se que o ministro não se isente da máquina, não porque a máquina seja autofágica por natureza mas porque se descomanda e se entrega aos prazeres do corporativismo perante qualquer Pilatos ou quando a mesma máquina se sente fora do primado da política ou da decisão política que, em democracia, é a condição para se submeter ao escrutínio democrático.
  3. Espera-se que as funções de soberania que ainda cabem nos Negócios Estrangeiros e na acção diplomática ditem para o programa de governo garantias de identificação dos problemas e soluções para problemas identificados, e não a mera cartilha ética de encher o olho. Ou seja, como exemplo, para nada interessará declarações de prioridade para o multilateralismo, mas interessará sim assumir que tipo de coerência se pretende para se falar e de pose para se decidir em nome do estado onde quer que Portugal surja multilateralmente comprometido.
Mas há mais.

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